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A mostrar mensagens de 2021

2021

Há meses que penso neste post. Hesitei escrevê-lo pela dificuldade em encontrar as palavras certas porque sei a responsabilidade dele. Há intimidades que eu acredito que devem ficar só nossas, mas, eu sei que escrever ajuda-me a colocar ordem no processo e sei que há fragilidades que não são só minhas... são partilhadas por a tantas outras mulheres. Por isso, e porque gosto de ler outros testemunhos onde me identifico, decidi contar esta minha experiência para que chegue, nem que seja, a uma só mulher que, no momento certo, o precise de ler. Nada é como queremos ou no timing que agendamos. As coisas acontecem no seu momento e posso dizer que este foi (mais) um excelente ano. Se 2020, foi o ano que consegui reclamar o meu tempo, 2021 foi o ano que recuperei saúde: física com consequências emocionais. É complexo. Requereu de mim uma profunda aceitação, paciência e grandes revelações. Mas, comecemos pelo início.  Nos últimos 10 anos, lentamente e bem dissimulado, fui ganhando peso. Sem me

Dúvidas de ti?... Espera, não respondas já.

 A resposta a esta pergunta parece óbvia. Claro que não dúvidas de ti! Que pergunta!! A não ser quando: - te criticam; - te questionam... vezes sem conta; - se riem de ti; - chamam-te maluca; - não recebes o feedback esperado; - não o recebes de todo; - não te ouvem; - ouves o que não deverias ouvir; - não te consegues explicar; - tens de te justificar... várias vezes; - deixas de ter vontade; - deixas de fazer; - simplesmente... desistes. Pois é... de certeza que te identificas com algumas daquelas alinhas. Há gatilhos que nos perturbam e abalam as nossas certezas. Levam-nos a duvidar muito mais que imaginamos. É assim desde que somos crianças. Houve e vai sempre haver quem vai duvidar de ti. Que te vai questionar. Mas quem nunca pode duvidar de ti és tu própria. Parece simples, mas, a meu ver, não é. E, quando esses gatilhos são activados pela "aquela" pessoa... chegam a ser destrutivos. Ter confiança em nós próprios é complexo. Precisamos

A Importância de Verbalizar, em tempo real

Vivemos numa sociedade cada vez mais virtual. Uma nova era, há quem diga. Tem as suas vantagens, sim. Mas também tem as suas ilusões. Não sei se estamos mais "conectados" uns com os outros... vendem-nos que sim... eu quero acreditar, mas sei que falta equilíbrio.  Sinto falta da presença. Olhos nos olhos. Falar "na cara". Sentir a energia do outro. Há coisas que não se veem virtualmente e há sentimentos que quando são verbalizados têm de ser partilhados no presente, sem filtros, sem internet. Não basta um sms. Um post. Um twit. Precisa de uma conversa. De voz e de alguém que nos oiça. E que nos veja. De feedback. Em tempo real. Faço imensas partilhas virtuais, com centenas de mulheres diariamente. Mas sinto falta de as ouvir. Sinto falta de me fazer ouvir noutro tom. Sinto falta da minha voz. Parece estranho, mas se refletirmos um pouco, talvez tu sintas o mesmo. E se calhar alguma solidão. Eu adoro conversar. Adoro ouvir. Adoro sentir o outro. Observar. Estudar a s

Quando a Perspectiva que tinha da Dança Mudou

 Lembro-me bem o choque que tive quando, numa das minhas primeiras aulas de Dança Oriental, a professora disse: agora vão fazer de improviso.  Congelei. Literalmente. "Como assim de Improviso?"... Nunca tinha dançado de improviso. Sempre no ballet tinha sido tudo tecnicamente coreografado. Improvisar na dança era algo que nunca tinha considerado sequer, possível. Mas era... e no decorrer das aulas, percebi que era não só possível, como desafiante. Rompia estereótipos, modas e abalava a minha zona de conforto. Quando percebi o Poder da Improvisação, foi quando toda a minha perspectiva sobre a Dança mudou. Ganhei asas e desde aí nunca mais parei de voar. Comecei a praticá-la. Cada vez com mais regularidade e com vontade. No meu ambiente e espaço seguro. Estimulei a minha criatividade. Observei que nem toda a técnica me servia e muito menos toda a música me dizia alguma coisa. Ganhei confiança. Gerei autonomia. Superava medos e crenças. Ultrapassei o medo da falha. Tentar... vez

Técnica... ou mais do que isso?...

Cresci com aulas de dança. No meio de tutus e sapatilhas. Com a música do piano de fundo. Sempre que podia, "enfiava-me" num estúdio, assistia às aulas das mais velhas, escapava-me para o palco. Absorvia cada minuto. Observava cada segundo. Queria sempre superar-me. Fazer melhor. Ser a melhor. Cada aula, era uma oportunidade. De praticar, evoluir e aprender mais técnica. Era obcecada pela técnica de ballet. Sabia que, para dançar bem precisava de técnica. Mas rápido percebi o que realmente impacta.  Foi num exame de ballet - que tinha no final de cada ano para passar de grau - que o "click" se deu. Tive a maior nota numa dança que tínhamos de apresentar à examinadora. Era uma performance individual e tinha-me "esfalfado" a treiná-la. Sabia-a de "cor e salteado," mas tecnicamente não estava perfeito... eu sabia disso, a professora aconselhou-me a desistir dela e fazer a outra do currículo. Mas não quis. Senti que que era aquela. E porquê? Porque

O que te apetece fazer?

Esta é a pergunta que te faço: O que é que te apetece fazer? Espera... Não respondas.... Reflete primeiro. A resposta não é imediata. Requer silencio. Porque num primeiro impulso não sabemos os que responder.  Perceber o que realmente me apetece leva tempo. Exige horas de silêncio e outras de solidão. Porque não é na confusão que nos ouvimos. Não é na agitação que nos sentimos. Não é na expectativa que nos percebemos. Saber o que nos realmente apetece exige interiorização. Vontade. É uma viagem à nossa alma. À criança que ainda existe em nós, mas que foi silenciada. Essa criança espontânea, tinha vontades, descomplicava, criava, imaginava, sonhava.  Quando tentas responder à pergunta, muitas das vezes, vais de encontro a essa criança. E lembras-te dos sonhos que tinhas. Todos eles estão lá. Basta acedê-los. E não. Não são patéticos, ilusórios, irreais. Isso foi o que te fizeram pensar. Mas esses sonhos são teus. As tuas vontades. Os teus pensamentos. Os teus sentimentos. E digo-t

Lembro-me tão bem...

Como se fosse hoje. Mas foi há mais de 19 anos atrás. Lembro-me bem o momento que decidi seguir a minha vocação: ser bailarina. Foi num momento decisivo e impulsivo onde me encontrava saturada de fazer aquilo que não me fazia sentido. Não tinha prazer no que estava a fazer. Senti, que o curso que estava a tirar era pura obrigação. Sim. Estava na faculdade, no último ano e tinha de decidir o que queria fazer realmente quando acabasse os estudos académicos. Era o segundo ano que praticava Dança Oriental. No ano anterior tinha terminado com o ballet. Não tinha hipótese de continuar, mas a minha paixão pela dança intensificou-se com a D.O. e cada vez crescia mais, dentro de mim, a vontade de tornar aquela paixão num modo de vida. E foi numa manhã, sentada numa das cantinas da faculdade - sim, tinha-me "baldado" a uma aula - que parei e pensei: 1º O que estava realmente ali a fazer; 2º Se fazia sentido continuar; 3º O que me apetecia estar a fazer; E esta 3ª pergunta a mim mesma d

And Just Like That... Another Birthday

E foi assim, que num piscar de olhos, passou-se-me mais um ano de vida. Dia 1 de Agosto - Leão, YES! - faço 42 anos. Eu sou daquelas pessoas que não tenho problema em assumir e dizer a minha idade apesar de, sinceramente, não me agradar o avanço da mesma. Desejo, ilusoriamente, ficar jovem eternamente... Mesmo assim, tenho o maior orgulho no meu número. São 42 anos de vivências, experiências, aprendizagens e muita, muita dança, alegria, desafios, ousadias. Já quase metade da minha vida que faço só o que me apetece, segundo os meus ideais e valores, com a liberdade que sempre desejei desde muito jovem. Sempre quis Viver, com tudo que isso acarreta e é isso que procuro sempre que acordo. Óbvio que estes 42 anos não foram um mar de rosas. Ter e exercer liberdade exige responsabilidade. E um assumir dessa mesma responsabilidade. Também houve muitas lágrimas, dúvidas, chatices, arrependimentos, frustrações e desilusões. Mas, apesar de tudo, chego feliz a este meu aniversário. Acima de tudo:

Oriental Dance Festivals - My Experience - parte III

Não queria deixar de falar sobre a minha experiência com os Festivais no Cairo sem referir, especificamente, o que mais gostei neles: os espectáculos - o de abertura e, principalmente, o do encerramento. Escrevi, nos posts anteriores, que o espírito que senti nestes Festivais, dificilmente voltaria a encontrar. E, o ambiente que se criava nos espectáculos que lá aconteciam, muito menos. Estes eram algo majestoso, mas para mim em particular, muito inspirador.  Havia actuações todos os dias do Festival, bem como nos Cursos Profissionais, mas o da abertura e o do encerramento eram especiais. Nestes, reuniam todas as participantes para assistir as bailarinas mais "sonantes". Aquelas que eu mais queria ver. E assistir ao vivo, com banda a tocar, é outra coisa... é não só inspirador como aprende-se muito. Eu adorava esses momentos. Aliás, adoro. Ali via como uma bailarina conseguia captar a atenção e entreter quase 5 mil pessoas. E, tenho que lembrar, não eram umas pessoas quaisque

Oriental Dance Festivals - My Experience - parte II

Como prometido no post anterior, vou continuar a falar-vos da minha experiência nos Festivais de Dança Oriental, no Cairo. Neste, especificamente, falar-vos-ei dos workshops inseridos no festival. Vou ser directa e sincera: não foi técnica que aprendi nas aulas dos Festivais, aliás, rapidamente percebi que iria aprender muito mais... ora vejamos:  1º - As aulas aconteciam em espaços pouco (ou nada) preparados para uma aula de dança. Eram em salões de banquetes ENORMES com um mini "palco" improvisado onde o professor ficava e sem espelho. 2º - Ou tu chegavas bem cedo ao workshop ou já não conseguias lugar à frente perto do "palco". Isso significava o conseguires ver e ouvir em condições... mínimas. 3º - Não estava completamente à vontade... estava rodeada de dezenas - e nos workshop com os professores "cabeça de cartaz" eram centenas - de... histéricas. Sim, é esta a descrição. Eu não tenho paciência para histéricas, cada uma mais espampanante que a

Oriental Dance Festivals - My Experience - parte I

A minha experiência com os Festivais de Dança Oriental... É um tema que acho, nunca escrevi. Vou abordar especificamente os que participei no Cairo. Festivais estes, a meu ver, pioneiros. Neste post (primeiro de três) vou falar do porquê de participar neles. O primeiro festival que participei foi em Junho de 2006 no lendário "Ahlan Wa Sahlan". E posso dizer que o que teve de grandioso teve de inspirador. Na altura, os Festivais não estavam na moda, nem aconteciam assim tantos como hoje em dia. Havia este e poucos mais espalhados pelo mundo. Este, era o mais mediático. Criado pela visão (a meu ver, muito inteligente) da Raqia Hassan - antiga bailarina da Reda Troup e mentora de muitas bailarinas ainda no activo - para este festival vinham bailarinos de todo o mundo aprender, conviver e "competir" onde chegavam a ser mais de quatro mil participantes. Era algo grande e impactante. E eu, sempre quis ir aprender à "fonte" e este festival conseguia reunir uma

Os Meus Professores - Parte III

Nos posts anteriores falei-vos da importância das professoras que mais tiveram impacto na minha vida e, nos que actualmente me ajudam a ganhar forma e também, de certa maneira, a descomprimir a minha rotina. E neste post quero falar-vos daqueles que directa e indirectamente influenciam o meu percurso. Eles são, todos os artistas que de alguma forma me inspiram. Sejam eles actores, pintores, escritores, outros bailarinos... os artistas influenciam-me sempre que a sua Arte me impacta. E isso é muito importante: que nós artistas, não nos fechemos na nossa bolha. Que vejamos o trabalho dos outros para também abrirmos os horizontes. É muitas vezes neles que encontro estímulo para criar, pois o caminho de uma bailarina e professora de Dança Oriental é solitário, que facilmente cai na monotonia e acomodamo-nos.  Por isso todo o estímulo que me faça sair da minha zona de conforto, desde que seja para evoluir, é bem-vinda. Outra grande influência para mim são todos os bailarinos (e professo

Os Meus Professores - Parte II

 Abel Salazar, médico entre muitas outras profissões disse: " O médico que só sabe de medicina, nem de medicina sabe." e eu, pego na frase dele e digo: " A *bellydancer que só sabe de *Bellydance, nem de *Bellydance sabe."  Pessoal: ninguém é excelente na sua área fechado na sua bolha. Podes até ser bom. Mas não és memorável. Com isto quero dizer que, quanto mais fizerem, observarem, refletirem, aprenderem, experimentarem outras coisas, outras maneiras de ver, de sentir, de pensar, de conhecimento melhores pessoas serão e claro, excepcionais na vossa área. Seja ela qual for.  Por isso, e desde sempre, percebi que praticando outras modalidades ajudariam na minha dança. Quando fazia Ballet, e embora a Dança Clássica fosse o meu foco, fiz questão (decisão que tomei na altura de forma intuitiva) ir também aprender outras danças que, de certa maneira, complementavam a minha formação no clássico. E, foi através dessa minha vontade de estar atenta ao que me rodeava que che

Nós, Bailarinas e os nossos Pet`s

Há anos que estou para escrever sobre a relação que, nós bailarinas, temos com os nossos bichinhos de estimação. Hoje, provocado por um acontecimento recente na minha família fez-me repensar toda esta relação que construímos com os nossos pet`s. E acho que a palavra que melhor define o que acontece entre uma bailarina e um pet é mesmo esta: relação. Uma relação de amor profundo. De cumplicidade. De entendimento. De aceitação. De amizade. De ensinamento. Ter um animal na nossa vida é ter um companheiro leal, fiel, sem julgamentos. Para mim são Anjos da Guarda.  Na nossa família, "havia" três. A Nikita - a minha cadelinha, a Ashy - a cadelinha da minha irmã e o Brownie... que também era da minha irmã. E digo era porque faleceu de forma fulminante e sem ninguém estar à espera há poucos dias. Nunca, mas nunca pensei que doesse tanto. E não era o cão que vivia comigo... mas a ligação que construí com ele desde o primeiro dia que o vi (que foi antes da minha irmã ficar com ele) ia

Os Meus Professores - Parte I

 Em sequência do texto anterior neste, quero falar dos meus professores de dança. Ao longo de toda a minha vida, tive muitos mas vou destacar dois que tiveram mais impacto no meu percurso: a minha professora de Ballet e a de Dança Oriental. Tive 16 anos de Dança Clássica, passei por algumas professoras mas A MINHA professora, aquela que mais me marcou, ensinou e ajudou a ser também a professora que sou hoje, foi a Cristina Filipe. Lendária professora de ballet. Assertiva, líder, ética, uma autêntica professora (das antigas) de ballet e uma das mulheres mais inteligentes que conheço. Ensinou-me muito mais que técnica de ballet clássico. Ensinou-me a usar a inteligencia emocional e a dar voz às minhas opiniões. Ensinou-me que, se não nasceste com o "rabinho virado para a lua" tens mesmo de ir à luta e que há valores que não são negociáveis. Foi com ela, na sua academia, que tive o meu primeiro trabalho como rececionista e aí, fui aprendendo todos os bastidores de um negócio. Fo

Recomeçar... 1, 10, 100, 1000... Vezes

O que for necessário. É uma das condições de ser Artista. De ser Bailarina. Freelancer. E de ser Professora de Dança. Perdi a conta de quantas alunas passaram por mim ao longo destes anos todos. Vão e vêm. Já disse e repito: todas foram e são especiais. Cada uma, à sua maneira, deixou marca e contribuiu para a profissional que sou hoje.   Cada aluna é um recomeçar... é uma folha em branco para inspirar. Para trabalhar. Para fazer sobressair. É uma responsabilidade maior que dançar no maior palco do mundo. O público de uma sala de aula - quer presencial, quer agora mais recentemente, online - é o mais exigente, o mais desafiador mas pode ser o mais recompensador. Atraí-lo não é fácil. Mantê-lo exige criatividade e muito amor à Dança e à condição de ser Professora. Não escondo a desilusão que algumas vezes também é. Quando damos tudo a uma aluna, com verdade, com honestidade e ela... simplesmente não dá valor. No início da minha carreira custava-me muito isso. O sentir a desvalorização d

Aqueles que nos espreitam...

Há pouco tempo, contactou-me uma rapariga que queria fazer as minhas aulas regulares online. Depois de breves trocas de mensagens, diz-me que já me conhece há anos... Perguntei como porque não estava a reconhecer quem era. E diz-me: "eu, a caminho da minha aula de ballet em pequena, parava sempre à porta da tua aula e espreitava o que fazias. Desde aí que sempre tive vontade de praticar Dança Oriental." Também, para participar num dos workshops que tenho dado online neste último ano, contacta-me uma outra rapariga que foi minha aluna, anos atrás, ainda adolescente. E, mais recentemente, outra que tinha feito aulas comigo ainda na faculdade, na Cidade Universitária e nunca as esqueceu, que agora retoma. Se me dissessem, há 18 anos atrás quando comecei a fazer actuações e a ensinar, que iria impactar desta forma não acreditaria. Saber que consegui plantar uma sementinha no coração de centenas de pessoas é maravilhoso. E saber que, de alguma maneira, cada aluna que passou por

ATITUDE ... na Dança e na Vida

 ATITUDE. O que é?... Como consegui-la?... De onde vem?... É assim tão fundamental?...  Sim. É. Atitude, no momento certo pode fazer a diferença do tudo ou nada. Do muito e do pouco. De um caminho ou outro. Da realização ou da frustração. Decide momentos chave na nossa vida. Alavanca a nossa dança a um patamar difícil de superar. Sim. Ter atitude na Dança e na Vida é essencial. Mas ok... bora lá ter atitude... conseguem?... Pois. Não é assim tão fácil, pois não? Este termo comecei a ouvi-lo com a Dança Oriental, logo nos meus primeiros passos. Pensava: "ok, eu sei o que é ter atitude, vou aplicá-la, agora é que vai ser." E acabava por não ser nada. Pois é.… dizer é fácil. Demonstrar é difícil. Explicar é ainda mais. E eu, como gosto de reflectir, durante anos esmiucei o que é isto de ter atitude porque todos o diziam mas explicar como ter ou o que é... nada.  Mais uma vez, foi na prática diária de Dança Oriental, tanto no palco de sala de aula, como no palco de um espectáculo

A Crítica

Confesso que é algo que não gosto de receber. Sejam as críticas que forem. Gosto de elogios, de feedbacks, de opiniões, até que me corrijam, mas que me critiquem não. Irrita-me. E é logo daquelas coisas que me fazem revirar os olhos. Mas o que é exactamente uma crítica?...  Dir-me-ão que é tudo aquilo que descrevi em cima. Talvez. Mas, há uma variante que, para mim, faz toda a diferença: o tom com que é dito. A meu ver, tudo pode ser dito desde que se coloque o tom certo. E a mim irrita-me o tom da critica. Muito mais que as palavras e piora quando não peço.  Toda a minha vida ouvi críticas. Boas, más, construtivas, maldosas, inocentes, perspicazes, destrutivas, inteligentes. Eu própria já dei muitas... mesmo muitas. E sei o tom com que disse muitas delas. Sei também que certos tons meus feriram alguns. Muitos deles não foram de propósito. Era a única maneira que sabia para tentar elevar algumas dessas pessoas. Foi assim comigo. Não cresci, profissionalmente falando, a passarem-me