Avançar para o conteúdo principal

Os Meus Professores - Parte II

 Abel Salazar, médico entre muitas outras profissões disse:

" O médico que só sabe de medicina, nem de medicina sabe." e eu, pego na frase dele e digo:

" A *bellydancer que só sabe de *Bellydance, nem de *Bellydance sabe." 

Pessoal: ninguém é excelente na sua área fechado na sua bolha. Podes até ser bom. Mas não és memorável. Com isto quero dizer que, quanto mais fizerem, observarem, refletirem, aprenderem, experimentarem outras coisas, outras maneiras de ver, de sentir, de pensar, de conhecimento melhores pessoas serão e claro, excepcionais na vossa área. Seja ela qual for. 

Por isso, e desde sempre, percebi que praticando outras modalidades ajudariam na minha dança. Quando fazia Ballet, e embora a Dança Clássica fosse o meu foco, fiz questão (decisão que tomei na altura de forma intuitiva) ir também aprender outras danças que, de certa maneira, complementavam a minha formação no clássico. E, foi através dessa minha vontade de estar atenta ao que me rodeava que cheguei à Dança Oriental. E também, já mergulhada no universo da D.O. rapidamente percebi que precisava de fazer outras modalidades de modo a potenciar a minha dança.

E foi o que fiz. E é o que faço. Neste momento, a Aeróbica, o Zumba, o Yoga são essenciais para me desafiar, exercitar, ouvir outras musicas e ver outros pontos de vista. Estas modalidades são as que me fazem sentido nesta altura, mas já foram outras e todas contribuíram para ser quem sou hoje e fazem parte do ADN da minha dança. Estar atenta - e não obcecada - ao que se passa ao meu redor, que têm para oferecer e o que dizem as colegas, as alunas, os seguidores contribui para "crescer" e desenvolver o meu trabalho que acaba por ser muito mais do que aprender mais técnica. 

Os meus professores de outras modalidades - que escolho a dedo, porque nem toda a oferta que existe me serve - contribuem de forma directa na minha dança. E uso o que ensinam para explorar e motivar-me também. Todos eles contribuem, mas talvez não tenham consciência do impacto que têm nessa contribuição. A todos os professores que ao longo da minha vida passaram por mim - que perdi a conta - tenho um profundo respeito e admiração. Todos eles foram e são peças fundamentais no meu percurso e fazem parte da minha história.

Por isso, meus amigos, acordem! Mexam-se, ousem, desafiem-se, experimentem, oiçam, saiam do vosso quadrado, da vossa zona de conforto e sintam o impacto porque se só souberes de Dança Oriental, nem disso sabes.

PS: no próximo post... parte III.









Comentários

Mensagens populares deste blogue

Diário de Uma Professora de Dança Oriental - #aula32

 Querido Diário, E chegámos ao final do mês de Maio e a #aula32 acontece numa data muito particular para mim... Foi o dia que comemorei 18 anos de casamento. Sim. 18 anos. Enquanto dava a aula - online, no meu estúdio em casa - o meu marido cuidava e, preparava algo especial e diferente para nós usufruirmos depois da aula terminar e a filhota dormir. A presença e o incentivo por quem nos conhece e acompanha é fundamental no sucesso de quem escolhe uma vida artística. De uma maneira diferente de há mais de 20 anos atrás, hoje, o meu também marido, continua a respeitar e a apoiar o meu percurso que é muito mais do que se vê nos “palcos”. Os bastidores deles são de uma brutalidade inexplicável que só quem os vive sabe. E o meu companheiro de há 25 anos, sabe. Ele vive, e viveu, todos estes espaços e momentos comigo. Todos os altos e baixos. Para bem e para o mal. Talvez seja isso que é verdadeiramente um casamento. Na festa, precisamente há 18 anos atrás, dancei... e o...

Diário de Uma Professora de Dança Oriental - #aula34

 Querido Diário, Foi no passado sábado que aconteceu a terceira aula presencial (e última) desta época lectiva. Estas aulas extraordinárias são importantes. Essenciais para podermo-nos conectar sem o filtro do OnLine. Como já tinha dito anteriormente, por uma questão prática - e não só - as aulas online são eficazes e resultam mas, nada substitui o estar, o “olho no olho”, o toque, o sentir no presencial. O ser humano é um bicho social que precisa desta troca energética e, na dança é fundamental. Por isso, estas aulas esporádicas tornaram-se um encontro ainda mais especial. Porque ali, naquele espaço seguro, aproveitamos ao máximo cada momento. Cada riso. Cada movimento. Cada silêncio reflectido num olhar. Cada palavra traduzida numa dança. Saímos com a alma leve. Com a sensação que valeu cada minuto. Nestas aulas, faço questão de levar a minha filha, que vê e aprende, sem pressões ou espectativas, a minha arte. Assiste ao respeito que nutro pelas alunas neste ...

Diário de Uma Professora de Dança Oriental - #aula33

 Querido Diário, O nosso estado de espírito influencia a qualidade da nossa dança. Sempre senti isso. Junho, sol, feiras populares é sinónimo de boa disposição que se reflecte logo na dança. Foi nesse espírito que aconteceu a #aula33 e foi uma aula 5 estrelas. Houve disponibilidade para a criatividade onde a Improvisação - com método - foi rainha. É impressionante como é na prática que se consegue (também) os resultados. Com regularidade nas aulas, as alunas estão cada vez mais, à vontade para Improvisar e, a fazê-lo bem. Como já disse várias vezes, Improvisar custa. Não é algo óbvio ou intuitivo. Não basta ter talento. Tem de haver investimento de tempo a ir às aulas. Disciplina para cumprir um método de trabalho técnico e, muita vontade. De superar desafios, metas e até, crenças.   Segue-se, uma aula presencial... estou ansiosa para estar com as alunas e partilhar energias e claro, dança... muita dança. Depois conto-vos tudo!