Vou contar-vos um episódio que aconteceu comigo: A minha filha tinha cerca de um ano e meio quando, finalmente, tive a possibilidade de uma "nigth out". Ia, com o meu marido, jantar a casa de uns amigos. Deixei tudo preparado - não fazem ideia a logística que é necessária - para deixar a Raquel (já a dormir, pois só adormecia ao meu colo) com os meus sogros e poder ir socializar fora do circuito das "recem-mamãs". Era a minha primeira saída à noite em mais de ano e meio... Comprei roupa nova, maquilhei-me, arranjei o cabelo e lá fui super entusiasmada. Tudo corria bem durante o jantar. Estavam lá amigos de longa data e conheci outros. Até que um dos participantes, do nada, vira-se para mim e para o meu marido, em alto e bom som e diz: "Oh Sara?!... Tu estás muita gorda!!! Como é que isso aconteceu?? Oh pá... Talvez o Fernando goste! AhAhAhAh!!!!" Não. Não estam a imaginar a minha cara... caiu-me tudo... não tive reação e só me apeteceu enterrar-me
E assim chegamos à última pergunta desta série Tu Perguntas / Eu Respondo e, ao final deste ano... e que ano... Óbvio que foi um ano atípico onde o mundo se virou de cabeça para baixo. O planeta deu-nos um abanam. A natureza reagiu à nossa inconsciência. O ser humano viu-se "à rasca". Não preciso de dizer que foi um ano desafiante que levou muitos ao limite. Tirar-nos o tapete assim, de repente, é lixado. Confesso que no início tive receio por mim e pelos meus, mas tive também muita esperança que seria agora que algo começaria a mudar. Tem mesmo de mudar. Vai mesmo mudar. E quem não se adaptar... morre. Vivemos algo assustador sim, mas único, muito mais profundo do que inicialmente imaginei. Quis saber mais e quando comecei a compreender o que realmente se passava o medo desapareceu. Adaptei-me ao momento e novas oportunidades se abriram para mim. Talvez, e mais uma vez, o poder que a Dança Oriental tem em mim agiu e improvisei ao minuto tirando o melhor partido de cada etapa