Avançar para o conteúdo principal

Os Meus Professores - Parte III

Nos posts anteriores falei-vos da importância das professoras que mais tiveram impacto na minha vida e, nos que actualmente me ajudam a ganhar forma e também, de certa maneira, a descomprimir a minha rotina. E neste post quero falar-vos daqueles que directa e indirectamente influenciam o meu percurso.

Eles são, todos os artistas que de alguma forma me inspiram. Sejam eles actores, pintores, escritores, outros bailarinos... os artistas influenciam-me sempre que a sua Arte me impacta. E isso é muito importante: que nós artistas, não nos fechemos na nossa bolha. Que vejamos o trabalho dos outros para também abrirmos os horizontes. É muitas vezes neles que encontro estímulo para criar, pois o caminho de uma bailarina e professora de Dança Oriental é solitário, que facilmente cai na monotonia e acomodamo-nos.  Por isso todo o estímulo que me faça sair da minha zona de conforto, desde que seja para evoluir, é bem-vinda.

Outra grande influência para mim são todos os bailarinos (e professores) que ficaram na História da Dança Oriental e na história em geral. Eu gosto de estudar não só o percurso profissional e a sua técnica como também a sua vida. Aprendo muito quando aprofundo conhecimentos sobre as suas personalidades e atitudes. Vejo como, normalmente, grandes bailarinos não tinham só um grande talento. Tinham visão. Estratégia. Não desenvolveram só uma grande técnica, mas também souberam usar a inteligência. Ensinam-me que um grande artista tem três coisas fundamentais: Talento, capacidade de Trabalho e Muita Inteligência para saber gerir, fazer as escolhas certas e tirar o melhor partido das oportunidades que a Vida for dando. Ensinam-me que podemos procurar a nossa identidade e autenticidade. Todos eles brilharam porque foram Únicos. É uma das minhas maiores lições.

Eu aprendi desde cedo a dar valor aos Meus Professores e eles também estão onde menos esperamos. Por exemplo: as minhas alunas. Elas ensinam-me tanto (ou mais) que eu a elas. Cada história de vida é-me uma lição. E tenho conhecido ao longo dos anos mulheres maravilhosas que, mais do que qualquer coisa, inspiram-me a dar sempre o meu melhor, quer na Dança, quer na Vida. Ser professora é isto: obrigam-me a ser, todos os dias, a minha melhor versão. Tenho o privilégio de trabalhar (neste momento) só com mulheres, o que para mim vejo como uma vantagem. Sinto-me acolhida, falamos a mesma língua e as aulas acabam por ser mais que dança. É amizade, boa disposição, irmandade. É um círculo de mulheres que tanto faz falta na nossa sociedade. Ao contrário do que me foi passado enquanto crescia, posso provar com as minhas alunas, que um grupo de mulheres não competem entre si nem se sabotam umas às outras. Apoiam-se. Divertem-se. Partilham e são tudo menos "um amontoado de galinhas". As alunas são as minhas professoras de vida. 




Comentários

Enviar um comentário

Mensagens populares deste blogue

Diário de Uma Professora de Dança Oriental - #aula34

 Querido Diário, Foi no passado sábado que aconteceu a terceira aula presencial (e última) desta época lectiva. Estas aulas extraordinárias são importantes. Essenciais para podermo-nos conectar sem o filtro do OnLine. Como já tinha dito anteriormente, por uma questão prática - e não só - as aulas online são eficazes e resultam mas, nada substitui o estar, o “olho no olho”, o toque, o sentir no presencial. O ser humano é um bicho social que precisa desta troca energética e, na dança é fundamental. Por isso, estas aulas esporádicas tornaram-se um encontro ainda mais especial. Porque ali, naquele espaço seguro, aproveitamos ao máximo cada momento. Cada riso. Cada movimento. Cada silêncio reflectido num olhar. Cada palavra traduzida numa dança. Saímos com a alma leve. Com a sensação que valeu cada minuto. Nestas aulas, faço questão de levar a minha filha, que vê e aprende, sem pressões ou espectativas, a minha arte. Assiste ao respeito que nutro pelas alunas neste ...

Diário de Uma Professora de Dança Oriental - #aula33

 Querido Diário, O nosso estado de espírito influencia a qualidade da nossa dança. Sempre senti isso. Junho, sol, feiras populares é sinónimo de boa disposição que se reflecte logo na dança. Foi nesse espírito que aconteceu a #aula33 e foi uma aula 5 estrelas. Houve disponibilidade para a criatividade onde a Improvisação - com método - foi rainha. É impressionante como é na prática que se consegue (também) os resultados. Com regularidade nas aulas, as alunas estão cada vez mais, à vontade para Improvisar e, a fazê-lo bem. Como já disse várias vezes, Improvisar custa. Não é algo óbvio ou intuitivo. Não basta ter talento. Tem de haver investimento de tempo a ir às aulas. Disciplina para cumprir um método de trabalho técnico e, muita vontade. De superar desafios, metas e até, crenças.   Segue-se, uma aula presencial... estou ansiosa para estar com as alunas e partilhar energias e claro, dança... muita dança. Depois conto-vos tudo!

Diário de Uma Professora de Dança Oriental - #aula32

 Querido Diário, E chegámos ao final do mês de Maio e a #aula32 acontece numa data muito particular para mim... Foi o dia que comemorei 18 anos de casamento. Sim. 18 anos. Enquanto dava a aula - online, no meu estúdio em casa - o meu marido cuidava e, preparava algo especial e diferente para nós usufruirmos depois da aula terminar e a filhota dormir. A presença e o incentivo por quem nos conhece e acompanha é fundamental no sucesso de quem escolhe uma vida artística. De uma maneira diferente de há mais de 20 anos atrás, hoje, o meu também marido, continua a respeitar e a apoiar o meu percurso que é muito mais do que se vê nos “palcos”. Os bastidores deles são de uma brutalidade inexplicável que só quem os vive sabe. E o meu companheiro de há 25 anos, sabe. Ele vive, e viveu, todos estes espaços e momentos comigo. Todos os altos e baixos. Para bem e para o mal. Talvez seja isso que é verdadeiramente um casamento. Na festa, precisamente há 18 anos atrás, dancei... e o...