Avançar para o conteúdo principal

ATITUDE ... na Dança e na Vida

 ATITUDE.

O que é?... Como consegui-la?... De onde vem?... É assim tão fundamental?... 

Sim. É. Atitude, no momento certo pode fazer a diferença do tudo ou nada. Do muito e do pouco. De um caminho ou outro. Da realização ou da frustração. Decide momentos chave na nossa vida. Alavanca a nossa dança a um patamar difícil de superar. Sim. Ter atitude na Dança e na Vida é essencial.

Mas ok... bora lá ter atitude... conseguem?... Pois. Não é assim tão fácil, pois não?

Este termo comecei a ouvi-lo com a Dança Oriental, logo nos meus primeiros passos. Pensava: "ok, eu sei o que é ter atitude, vou aplicá-la, agora é que vai ser." E acabava por não ser nada. Pois é.… dizer é fácil. Demonstrar é difícil. Explicar é ainda mais. E eu, como gosto de reflectir, durante anos esmiucei o que é isto de ter atitude porque todos o diziam mas explicar como ter ou o que é... nada. 

Mais uma vez, foi na prática diária de Dança Oriental, tanto no palco de sala de aula, como no palco de um espectáculo, que fui entendendo mais a fundo este conceito. Queria, mais que entender para colocar em prática, partilhar o segredo. Percebi que - atenção que esta é a minha visão e não uma verdade absoluta - a atitude vinha da confiança que tinha em mim mesma. Quanto mais confiante estava, mais presença tinha. Mais brilho tinha. Menos medo sentia. Então era isso: ter confiança. Em mim, na minha dança, na vida. Estava desvendado..., mas... não fiquei satisfeita, porque esta descoberta levou-me a outra pergunta: o que é ter confiança?

Fui um pouquinho mais a fundo e comecei a perceber que quanto mais segurança tinha, em qualquer coisa que fazia, mais confiante estava. Ok, então é isso: a confiança vem da segurança que tens. Estava decifrado. Não... porque agora pergunto: e como ter essa segurança? De onde vem?...

Escavei mais um pouco e, dei por mim certo dia a preparar uma coreografia para um workshop importante que ia lecionar. Senti que quanto mais bem preparada estava com a tal coreografia, sabendo-a de cor e salteado e de traz para a frente mais segurança tinha e algum receio que pudesse sentir, acabou por se esvanecer. Tinha-me preparado ao máximo para aquele workshop. Todo o conhecimento que adquiri para ensinar aquela coreografia levou-me a sentir segurança que por sua vez, deu-me confiança no que iria fazer e assim consegui a ATITUDE certa para naquela aula brilhar.

Então cheguei à seguinte conclusão: o Conhecimento leva à Segurança que nos dá a Confiança para termos Atitude. É isto. Simples não é?... só que não!

Adquirir conhecimento dá trabalho. Nada, mas mesmo nada, cai do céu. Mas tenho uma boa notícia para te dar: é que tudo isto só depende de ti e de mais ninguém. És tu que tens de ir atrás do conhecimento porque atitude requer todo um esforço e muito força de vontade. E se é para ser então vamos fazer acontecer. Este tem de ser o teu mindset. Mas isto dá mesmo muito trabalho. E ninguém, OUVE, ninguém vai fazê-lo por ti. Não há diva, ou professora, ou bailarina que te dê atitude. Só te podem inspirar. Tu é que tens de construi-la em ti. E de uma vez por todas: ter atitude, não é ser convencida ou arrogante ou vaidosa como muito se confunde. É SERMOS. No tom certo e alinhado com os nossos objectivos e expectativas. Há que também conseguir equilíbrio na atitude que requer não só esforço mas amadurecimento. É um processo. E, quanto mais conscientes estiverem para o conceito, melhor vão conseguir projectar. Não é fácil, mas é possível.

Na Vida e na Dança. Adquire conhecimento. Sente Segurança. Ganha Confiança e transparece Atitude. Esse é o caminho (também) para o teu sucesso. Para a tua felicidade. Por ti.








Comentários

Mensagens populares deste blogue

Depois de tantos anos a Dançar e a Leccionar, não estás cansada?

  Queres uma resposta sincera a esta última pergunta selecionada desta série? Estou. Mas isso não me impede - por enquanto - de continuar. Eu sou bailarina e professora por vocação. Desde que me lembro sempre foi o "meu sonho" ser bailarina. E sempre me vi a fazer isso. A vontade de ser professora veio mais tarde, já em adulta, com a necessidade de querer passar os meus conhecimentos e experiência a quem me procura. Percebi, cedo na vida, que não seria feliz nem realizada se, pelo menos, não tentasse seguir a minha vocação. Com coragem, determinação e muita "fé", arrisquei. E depois de tantos anos, apesar de tudo, continua a fazer-me sentido. E, quando algo é tão natural e intrínseco a nós, é difícil ignorar e, largar. Com isto, não quero dizer que foi ou é fácil. E hoje, digo: preferia não ter esta vocação... preferia ter tido a vocação para ser médica, ou advogada, ou até arquitecta... tudo teria sido tão mais fácil. Tão mais aceite. E tão mais reconhecido...

Para ti, o que é mais importante no ensino da Dança Oriental?

Pergunta selecionada do mês de Abril e vou ser directa. Para mim, segundo a minha visão e experiência, o mais importante no ensino da Dança Oriental é conseguir empoderar aquela/e aluna/a passando-lhe o testemunho milenar da essência da D.O. Ensinar D.O., para além da sua complexidade técnica - porque não há propriamente um "guião" ou até mesmo formação para se ensinar como noutras danças - o mais importante é conseguir passar a sua essência. E aí está a questão: qual é a essência da D.O.?...  Esta é a pergunta que cada professora ou professor deve fazer. Se souber responder, ótimo! É meio caminho andado para criar ferramentas porque sabe o que está a fazer.  Se não sabe, eu acho que deve procurar saber.  Porque, digo-vos: o que mais impacta no ensino da D.O. não são a execução perfeita de mil e um movimentos, nem dezenas de coreografias... o que mais deixa legado é a forma e a atitude com que sentes a D.O. mostrando o seu carisma único. Há uma Alma a ser preservada indep...

Quero ser bailarina profissional de D. O. Como começo?

UI!!!!! Esta foi a pergunta selecionada deste mês de Maio e, deixa-me dizer-te: é uma pergunta para milhões. Foi exactamente esta a pergunta que fiz, há 21 anos atrás, à professora e única referência que tinha na altura. A resposta foi: "desenrasca-te". E, tive mesmo que me "desenrascar" numa altura que a Dança Oriental - embora na moda por uns tempos - carregava (e acho que ainda carrega, mas com menos peso) um grande preconceito, consequência de um legado de séculos de ignorância em relação a esta dança. E, passado duas décadas digo-te, a ti que queres lançar-te como bailarina profissional de D.O.: BOA SORTE! Porque não é fácil e, não há um guião. Há, ou tem de haver uma capacidade de resiliência e inteligência emocional que não é para todos. Se me lês regularmente, sabes que sou directa. Acredito que a verdade, sem floreados, vale mais que a resposta bonita e meiga. Neste mundo da Dança não há espaço para "meiguice". Há espaço - e tem de haver - para o ...