Na nossa família,
"havia" três. A Nikita - a minha cadelinha, a Ashy - a cadelinha da
minha irmã e o Brownie... que também era da minha irmã. E digo era porque
faleceu de forma fulminante e sem ninguém estar à espera há poucos dias. Nunca,
mas nunca pensei que doesse tanto. E não era o cão que vivia comigo... mas a
ligação que construí com ele desde o primeiro dia que o vi (que foi antes da
minha irmã ficar com ele) ia para além da distancia física. É uma ligação
emocional, espiritual até se aprofundarmos esta reflexão. Vou ter tantas saudades
deste ser único... uma grande perda, mas fico com a sensação que o seu impacto
na minha vida foi perfeito, essencial e muito, muito feliz. Tenho recordações
lindas. E até na sua partida - para as estrelinhas como expliquei à minha filha
- me está a guiar pois revelou-se como o sinal que precisava para mudanças que
estava adiar e a recear. Um Anjo na minha vida que tive o privilégio de o acompanhar
até ao momento final.
Acredito, desde que adotei - ou
ela me adotou - a Nikita (primeira cadelinha da nossa família), que não são só
seres especiais, são guias. Que à sua maneira ajudam-nos muito mais do que
pensamos. Sentimos a sua energia curativa. Confortam-nos com a sua presença.
Inspiram-nos confiança. Vivem no presente. A Nikita ensinou-me a aproveitar o
momento presente. Não conheço nenhuma bailarina ou artista que não goste de
animais e para nós bailarinas, o contacto com os animais desenvolve a nossa
sensibilidade, traz ao de cima a nossa intuição e é comum falarmos com eles
como entidades superiores que também acredito que são. Estimulam a nossa
criatividade e dão-nos aquele carinho especial naquele momento de fraqueza.
Olham-nos, admirando-nos e amam a nossa dança. São o amigo fiel naquela hora que precisamos. E o silêncio... não precisam de
falar porque o seu olhar diz tudo. A expressão corporal que dominam comunica
tudo. E para quem dança, observar a maneira como se expressão é de uma
utilidade incrível. Falam não só com o corpo, mas também com o olhar que emana
energia. Aliar movimento com expressão energética, o resultado só pode ser
maravilhoso. Com isso, que os animais dominam como ninguém, é conseguir chegar
à alma de quem nos vê dançar. Os animais ensinam-nos esta "técnica invisível". Para quem
está atento, claro.
Por isso, e muito mais, só
tenho de estar grata o dia que a Niki entrou na minha vida (que está aqui a ressonar ao meu lado), à Ashy que de
mansinho conquistou-nos e... ao doce Brownie que fez com que
todos se apaixonassem por ele. Nunca o vou esquecer. É realmente uma relação
eterna.
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