Avançar para o conteúdo principal

Pergunta 12 - Como Preparas Aulas e Actuações?

Não tenho um guião específico. Tenho é uma bagagem de anos de experiência. E a intuição como matriz. Uso-os a meu favor. Simples. Parece, não é?! Mas na verdade não o é. Falhei muitas e muitas vezes. Perdi outras vezes. Desiludi tantas vezes mas, quase 20 anos de prática regular a dar aulas e a actuar dá "escola" e cada vez menos erras. 

Tanto nas aulas, como nas actuações, percebo rápido quem tenho à minha frente e adapto-me à situação, ambiente e objectivo. Acaba sempre por ser um improviso com base na experiência que colecionei. E, tenho uma regra: ser eu. Desde sempre. Entrego-me 10000%. Aquele publico - sejam alunas ou espectadores - merecem que dê o meu melhor. Que mostre a minha melhor versão. Sempre. E é assim, também, uma das minhas maneiras de dignificar a Dança Oriental.

Claro que sei sempre, previamente, o objectivo daquela aula. Ou o porquê daquela actuação e, também, com base nisso escolho estrategicamente, músicas, figurinos, estilos de dança, temas e o que vou focar para partilhar. Seja a ensinar ou a dançar. Porque é impossível transmitir tudo que se sabe ou se sente com a Dança Oriental numa aula ou numa actuação. Ou, aquele publico pode não estar preparado para assimilar tudo que há no Universo da Dança Oriental. Mas pode-se, ou melhor, tento sempre transmitir Arte, a minha visão, a minha dança com a perfeita noção da responsabilidade que tenho nas mãos. Transmito seriedade e respeito pela Dança e por mim própria. Ao longo dos anos fui desenvolvendo o meu método de ensino e a minha assinatura na Dança Oriental e quem me escolhe para aprender ou quem me assiste já sabe que vai encontrar, acima de tudo, verdade.




  


Comentários

  1. Parabéns Sara! Cada vez mais encantada com as tuas aulas e o teu saber... abssorvo cada palavra!

    ResponderEliminar

Enviar um comentário

Mensagens populares deste blogue

Depois de tantos anos a Dançar e a Leccionar, não estás cansada?

  Queres uma resposta sincera a esta última pergunta selecionada desta série? Estou. Mas isso não me impede - por enquanto - de continuar. Eu sou bailarina e professora por vocação. Desde que me lembro sempre foi o "meu sonho" ser bailarina. E sempre me vi a fazer isso. A vontade de ser professora veio mais tarde, já em adulta, com a necessidade de querer passar os meus conhecimentos e experiência a quem me procura. Percebi, cedo na vida, que não seria feliz nem realizada se, pelo menos, não tentasse seguir a minha vocação. Com coragem, determinação e muita "fé", arrisquei. E depois de tantos anos, apesar de tudo, continua a fazer-me sentido. E, quando algo é tão natural e intrínseco a nós, é difícil ignorar e, largar. Com isto, não quero dizer que foi ou é fácil. E hoje, digo: preferia não ter esta vocação... preferia ter tido a vocação para ser médica, ou advogada, ou até arquitecta... tudo teria sido tão mais fácil. Tão mais aceite. E tão mais reconhecido...

Para ti, o que é mais importante no ensino da Dança Oriental?

Pergunta selecionada do mês de Abril e vou ser directa. Para mim, segundo a minha visão e experiência, o mais importante no ensino da Dança Oriental é conseguir empoderar aquela/e aluna/a passando-lhe o testemunho milenar da essência da D.O. Ensinar D.O., para além da sua complexidade técnica - porque não há propriamente um "guião" ou até mesmo formação para se ensinar como noutras danças - o mais importante é conseguir passar a sua essência. E aí está a questão: qual é a essência da D.O.?...  Esta é a pergunta que cada professora ou professor deve fazer. Se souber responder, ótimo! É meio caminho andado para criar ferramentas porque sabe o que está a fazer.  Se não sabe, eu acho que deve procurar saber.  Porque, digo-vos: o que mais impacta no ensino da D.O. não são a execução perfeita de mil e um movimentos, nem dezenas de coreografias... o que mais deixa legado é a forma e a atitude com que sentes a D.O. mostrando o seu carisma único. Há uma Alma a ser preservada indep...

Quero ser bailarina profissional de D. O. Como começo?

UI!!!!! Esta foi a pergunta selecionada deste mês de Maio e, deixa-me dizer-te: é uma pergunta para milhões. Foi exactamente esta a pergunta que fiz, há 21 anos atrás, à professora e única referência que tinha na altura. A resposta foi: "desenrasca-te". E, tive mesmo que me "desenrascar" numa altura que a Dança Oriental - embora na moda por uns tempos - carregava (e acho que ainda carrega, mas com menos peso) um grande preconceito, consequência de um legado de séculos de ignorância em relação a esta dança. E, passado duas décadas digo-te, a ti que queres lançar-te como bailarina profissional de D.O.: BOA SORTE! Porque não é fácil e, não há um guião. Há, ou tem de haver uma capacidade de resiliência e inteligência emocional que não é para todos. Se me lês regularmente, sabes que sou directa. Acredito que a verdade, sem floreados, vale mais que a resposta bonita e meiga. Neste mundo da Dança não há espaço para "meiguice". Há espaço - e tem de haver - para o ...