Avançar para o conteúdo principal

Pergunta 13 - Qual foi a maior lição de vida que a Dança Oriental te deu?

1ª - Apreciar e viver no momento;

2ª - Saber usar a intuição;

3ª - Comunicar.

Na verdade não foi uma, nem duas mas muitas lições... mas estas três foram as mais marcantes.

1º - A Dança Oriental ensinou-me a perceber que há o momento presente. Não focar nem no passado, nem futuro. Saborear o presente. Percebi isso na própria dança em si, quando me exigia constantemente concentração no passo que estava a executar.  Percebi que a D.O. é um conjunto de movimentos e o que estamos a executar é o resultado do anterior e o preparativo do próximo. Isso fez-me entender que o  momento do agora é que é precioso. Transportei isso para a minha vida, pois a de uma bailarina acaba por ser uma dança. O passado deixou legado, e o futuro resulta de um presente bem vivido.

2º - Para improvisar - primeiro na dança e depois na vida - tive de desenvolver a intuição. Todos temos intuição, ou o sexto sentido como quisermos chamar, mas silenciamo-lo. A dança desperta esse sentido e, se assim nos permitirmos, desenvolve. Porque deixamo-lo falar e passamos a dar-lhe importância. Devo dizer que foi através da intuição que escolhi amizades, colegas chegadas, trabalhos, momentos marcantes da minha vida... A intuição é a ferramenta mais poderosa que uma mulher (ou ser humano) pode ter. É-nos útil, ou melhor, chega a ser imprescindível no nosso dia-a-dia e é na dança que aprendemos a ouvi-la e a usá-la. É com ela que criamos as nossas coreografias que, por sua vez, resultam das improvisações tão características da Dança Oriental. Está de mãos dadas com a imaginação e o poder da criação. É com ela que não só sobrevivemos como passamos a (realmente) viver. 

3º - Sempre fui reservada, quieta, no meu mundo. Era nas aulas e actuações de ballet que mais me expunha mas raramente socializava ou falava... até ter conhecido a D.O. Aí um novo mundo se abriu e aquela miúda calada, passou a querer comunicar e não ter medo de falar. A D.O. deu-me a segurança que precisava para ser ouvida e, acreditem, respeitada. Ensinou-me a dar voz ao que sinto. A dar emoção ao que penso. Seja a falar, a dançar, a escrever. Aprendi a comunicar.

Estas são (algumas) lições ou dádivas que a D.O. me deu e que levo para a vida. Nada aconteceu de um dia para o outro... claro que não há milagres, há entrega e acreditar que a D.O. entra na tua vida para que a tua melhor versão transborde. E tu, que lições de vida a D.O. te deu?



Comentários

Mensagens populares deste blogue

Diário de Uma Professora de Dança Oriental - #aula32

 Querido Diário, E chegámos ao final do mês de Maio e a #aula32 acontece numa data muito particular para mim... Foi o dia que comemorei 18 anos de casamento. Sim. 18 anos. Enquanto dava a aula - online, no meu estúdio em casa - o meu marido cuidava e, preparava algo especial e diferente para nós usufruirmos depois da aula terminar e a filhota dormir. A presença e o incentivo por quem nos conhece e acompanha é fundamental no sucesso de quem escolhe uma vida artística. De uma maneira diferente de há mais de 20 anos atrás, hoje, o meu também marido, continua a respeitar e a apoiar o meu percurso que é muito mais do que se vê nos “palcos”. Os bastidores deles são de uma brutalidade inexplicável que só quem os vive sabe. E o meu companheiro de há 25 anos, sabe. Ele vive, e viveu, todos estes espaços e momentos comigo. Todos os altos e baixos. Para bem e para o mal. Talvez seja isso que é verdadeiramente um casamento. Na festa, precisamente há 18 anos atrás, dancei... e o...

Diário de Uma Professora de Dança Oriental - #aula34

 Querido Diário, Foi no passado sábado que aconteceu a terceira aula presencial (e última) desta época lectiva. Estas aulas extraordinárias são importantes. Essenciais para podermo-nos conectar sem o filtro do OnLine. Como já tinha dito anteriormente, por uma questão prática - e não só - as aulas online são eficazes e resultam mas, nada substitui o estar, o “olho no olho”, o toque, o sentir no presencial. O ser humano é um bicho social que precisa desta troca energética e, na dança é fundamental. Por isso, estas aulas esporádicas tornaram-se um encontro ainda mais especial. Porque ali, naquele espaço seguro, aproveitamos ao máximo cada momento. Cada riso. Cada movimento. Cada silêncio reflectido num olhar. Cada palavra traduzida numa dança. Saímos com a alma leve. Com a sensação que valeu cada minuto. Nestas aulas, faço questão de levar a minha filha, que vê e aprende, sem pressões ou espectativas, a minha arte. Assiste ao respeito que nutro pelas alunas neste ...

Diário de Uma Professora de Dança Oriental - #aula33

 Querido Diário, O nosso estado de espírito influencia a qualidade da nossa dança. Sempre senti isso. Junho, sol, feiras populares é sinónimo de boa disposição que se reflecte logo na dança. Foi nesse espírito que aconteceu a #aula33 e foi uma aula 5 estrelas. Houve disponibilidade para a criatividade onde a Improvisação - com método - foi rainha. É impressionante como é na prática que se consegue (também) os resultados. Com regularidade nas aulas, as alunas estão cada vez mais, à vontade para Improvisar e, a fazê-lo bem. Como já disse várias vezes, Improvisar custa. Não é algo óbvio ou intuitivo. Não basta ter talento. Tem de haver investimento de tempo a ir às aulas. Disciplina para cumprir um método de trabalho técnico e, muita vontade. De superar desafios, metas e até, crenças.   Segue-se, uma aula presencial... estou ansiosa para estar com as alunas e partilhar energias e claro, dança... muita dança. Depois conto-vos tudo!