E assim chegamos à última
pergunta desta série Tu Perguntas / Eu Respondo e, ao final deste ano... e que
ano...
Óbvio que foi um ano atípico
onde o mundo se virou de cabeça para baixo. O planeta deu-nos um abanam. A
natureza reagiu à nossa inconsciência. O ser humano viu-se "à rasca". Não preciso
de dizer que foi um ano desafiante que levou muitos ao limite. Tirar-nos o
tapete assim, de repente, é lixado. Confesso que no início tive receio por mim
e pelos meus, mas tive também muita esperança que seria agora que algo
começaria a mudar. Tem mesmo de mudar. Vai mesmo mudar. E quem não se
adaptar... morre. Vivemos algo assustador sim, mas único, muito mais profundo
do que inicialmente imaginei. Quis saber mais e quando comecei a compreender o
que realmente se passava o medo desapareceu. Adaptei-me ao momento e novas
oportunidades se abriram para mim. Talvez, e mais uma vez, o poder que a Dança
Oriental tem em mim agiu e improvisei ao minuto tirando o melhor partido de cada etapa.
Foi-me um ano MUITO positivo.
Parece mal dizer isto. Mas foi.
Foi o ano que consolidei a
minha volta à vida depois de um período introspetivo e de recolhimento.
Engraçado que não estranhei o confinamento porque já fazia parte da minha
rotina antes da pandemia. Não senti neste ano crise, sou bailarina a freelancer
há quase 20 anos... já passei inúmeras crises bem piores. Não chorei não poder
actuar porque tinha estado três anos sem actuações. Não me custou adaptar-me a
novas realidades porque passei a maior prova de adaptação da minha vida, a
maternidade. Parece que os anos anteriores me prepararam para este ano. E neste, consegui dar a volta e ter o que falta a muita gente: TEMPO.
Foi o ano que tive,
finalmente, tempo. Para mim, para o meu trabalho, para colocar os pontos nos
is, para voltar e colocar a máquina a trabalhar, para me posicionar e reinventar face a um
mundo que, entretanto, tinha continuado e mudado. Tempo para pensar, estudar e
agir. Tempo para superar desafios que até então fugia. Tempo para voltar a ser
EU. Mais autêntica, mais segura, mais autónoma, mais criativa, mais lutadora.
Tempo para voltar a sonhar.
2020 foi um ano de oportunidade dentro da adversidade. Aproveitei. E agora 2021 chega com um novo animo e uma esperança renovada. Acredite-se ou não, começou uma NOVA ERA. Bora lá "pagar para ver". Para já, vou começar o ano assim:
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