No que mais se fala agora, como se de uma epidemia se tratasse, são os incidentes de ataques de cães.
É uma questão delicada e polémica, mas o que me choca (eu sendo dona de um cão e ter no mínimo dois dedos de testa) é como é anunciada nos meios de comunicação e pior ainda, a cobardia com que é "resolvida". A conclusão que chego, é que hoje em dia é muito fácil matar uma pessoa e sair impune, culpabilizando o cão.
Como é uma matéria que me indigna e revolta, não consigo expressa-la por palavras. Por isso, faço minhas as palavras de Rodrigo Guedes de Carvalho, transcrevendo parte da sua cronica da revista "TVMais" desta semana .
Leiam (aconselho a lerem na integra) e PENSEM!!!
"... Mas basta reflectir um pouco, analisar os recentes incidentes, ou outros mais antigos, para concluir que as situações sem aparente explicação são uma raridade. Normalmente, é o desastre que se adivinhava quando se vêem as circunstancias, ou se pensa na "qualidade de vida" dos cães em causa. Regra geral, pertencem a pessoas que não têm a mínima consciência do que significa serem donos de um animal, muito menos quando se aventuram a escolher as chamadas raças potencialmente perigosas. Ponto básico: se são consideradas potencialmente perigosas, há uma razão para pensar mil vezes antes de optar por elas. Ponto básico numero dois: a expressão "potencialmente" é a chave. Significa que nas mãos de um mau dono, a potencialidade torna-se realidade. Já é do senso comum, mas ninguém parece perceber. Obviamente que um pequeno caniche também pode ter um comportamento agressivo, mas basta pensar no porte de alguns cães para se entender que a "potencialidade de perigo" de uns é porque, quando se chateia, provoca danos terríveis, muitas vezes fatais. E o que vemos, nos casos mais badalados de Agosto? Uma continuada, inacreditável irresponsabilidade de muitas pessoas que têm estes cães. Pessoas que teimam em ter animais sem saberem, ou quererem saber, das noções mais básicas em relação aos animais, no que respeita a respeitarem um líder, sentido de território, stresse causado pela falta de atenção ou exercício, pessoas que não sabem, ou não querem saber, que um cão é essencialmente, o espelho do seu dono, até porque um cão "pensa", à sua medida, que é isso que é suposto fazer, é isso que o dono espera dele. Numa das histórias, os pormenores são tão claros, tão prenunciadores de desastre, que causa uma enorme confusão que o nosso sistema para lidar com os casos continue a ser abater o cão em vez de multar ou prender o dono. Numa das historias, repito, um cão atacou a mãe do seu dono, um ataque que se revelou mortal. Começa-se a puxar pelos pormenores, e o que temos? O individuo tinha escolhido, nada menos, do que um arraçado que misturava sangue de pittbul com leão da rodésia. E mantinha esta bomba-relógio fechada num apartamento exíguo, de onde o cão raramente saía, para se exercitar, destressar ou socializar. Que surpresa, que este cão fosse uma pilha de más vibrações, um desastre à espera de acontecer. Mas o que mais me revolta é saber o que vai acontecer, porque é que acontece sempre nestes casos. O animal vai ser abatido, e o individuo, depois de encolher os ombros e assobiar, há-de arranjar outro, que manterá nas mesmas condições. Como todos os outros que procuram cães potencialmente perigosos, com os quais afirmam uma triste, patética e repugnante posição de agressividade perante os outros. É, para muito cobarde, a única forma de se fazerem maus, ou temidos. E isto vai continuar enquanto este tipo de gente não for punida a sério. A solução de mandarmos abater cães não adianta um centímetro ao sentido de civilização."
Deixo aqui uma foto onde estam dois amigos da minha Nikita. Um boxer castanho e um pittbul branco a rir e a socializar completamente submisso... tirem as vossas conclusões.
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