Avançar para o conteúdo principal

Choro...

Há momentos que só passam com uma boa crise de choro.
Há situações por que passamos, que só o choro nos faz sentir menos desesperadas, menos infelizes. 
Há quem diga que chorar é um acto de fraqueza, mas eu digo que mostra que somos humanos.
Eu sou humana, passo por fraquezas, tristezas, decepções... e choro... muito.
Quando choro aproximo-me do Divino. Comunico com Algo Superior na linguagem da Alma e, por artes mágicas, acalmo-me. Reforço-me.
Para mim, as lágrimas são pequenos consolos quando nada nem ninguém nos pode valer. Choro quando sinto que a minha Alma precisa de gritar!
É preferível ela desabafar que calá-la. Mil vezes chorar a retrair cada lágrima com depressões, com raiva, com álcool, com comprimidos, a fazer passar-me fome ou (o que mais acontece nos dias de hoje) a empanturrar-me de comida.
Mil vezes prefiro chorar a retrair o que sinto, mil vezes falar a calar-me, mil vezes agir a fingir que está tudo bem.
Não é fácil (para variar) mas pelo menos é Real.

Comentários

  1. Muito verdadeiro...chorar alivia o coração e a alma

    ResponderEliminar
  2. Sara, fui tua aluna apenas durante uns escassos meses. Por motivos que não vêm aqui ao caso, não pude continuar. E sempre tive pena.

    Há uns tempos atrás encontrei o teu blog, porque queria mostrar a uma amiga, que recentemente começou a ter aulas de dança oriental, quem tinha sido a minha prof.

    Achei o blog tão genuíno que li todos os textos que cá puseste. Nunca comentei, mas agora, correndo o risco de parecer intrometida, apetece-me fazê-lo... embora também considere que o choro é necessário para limpar as porcarias que nos consomem, queria dar-te uma palavra de apreço. Vale o que vale ouvir isto de uma desconhecida, mas... a memória que tenho de ti, nas aulas da cidade universitária, é muito boa. Não percebo nada de dança, mas, tenho sensibilidade às artes, e acho que és maravilhosa. Vi muitos vídeos teus no youtube, uma vez até te vi a dançar ao vivo, e lembrei-me do que já achava naquela altura, que tens qualquer coisa especial. Por isso, chora o que for preciso, enquanto for preciso, mas recompõe-te. Ficas muito bonita quando sorris. ;)

    ResponderEliminar
  3. Querida anonima,
    não sei quem és, mas agradeço do fundo do coração as tuas palavras. Podes não imaginar mas, vieram em boa hora, para me recompor e seguir em frente.
    São alunas como tu, que me ajudam a seguir uma das profissões mais difíceis que existe- ser bailarina.
    Diz-me quem és!
    Um grande abraço! E comenta à vontade!!!!
    Sara Naadirah

    ResponderEliminar

Enviar um comentário

Mensagens populares deste blogue

Afinal o que é ser humilde...

As bailarinas ouvem muitas vezes a palavra humildade, que temos de ser, viver e actuar com humildade. Concordo plenamente... Mas o que é humildade? E quem é que pode dizer a outro tu és e tu não és humilde? Socialmente uma pessoa humilde não ostenta riqueza nem vaidade, procura ser útil mas discreto e pede ajuda fazendo questão de dizer que não sabe tudo. Que pessoa humilde seria esta! E quase perfeita... Lamento desiludir, mas não tenho todas essas características! Sou humana, tenho defeitos e muitos... como todos vocês! Para mim, humildade é um valor que se adquire logo na infância e se desenvolve ao longo da vida. Mas acho que há vários graus e muitíssimas definições de humildade. O que pode ser para mim uma acção humilde para outro é algo bem diferente. Quantas vezes agimos ou dizemos algo que pensamos, que é natural aos nossos olhos, mas somos logo julgados: "Não és nada, humilde!" Penso: como bailarina, posso ser humilde? Vocês dir-me-ão: Claro! Tens mais é que ser h

Então, o que basta?

Desde que me lembro, oiço dizer que, para dançar é preciso gostar mesmo. Ter Amor, Paixão pela Arte da Dança. Concordo. Cresci a ouvir isto. Mas, basta?...  Hoje, depois de tantos anos dedicados à Dança, eu acho - melhor, tenho a certeza - que não.  Então, o que basta?... Sinceramente?!... Tudo. Danço desde sempre. E desde sempre, o meu Amor pela Dança impulsionou-me a continuar. Foi assim com a minha primeira paixão: o ballet e que continuou para a Dança Oriental onde foi "Amor à primeira vista." Tal como num casamento, a paixão inicial transforma-se num Amor. Amor este que se tornou profundo, amadurecido e, também calejado.  Manter uma relação, não é fácil nem romântica como se idealiza, muito menos incondicional. É necessário esforço, dedicação, responsabilidade, sentido e condições. Definitivamente, só o Amor não basta. Na Dança, sinto que é igual. É uma relação entre a bailarina e a sua arte. Há que investir nesta relação para que o Amor - base fundamental SIM - não fiqu

Outro pecado, defeito ou talvez virtude

Não consigo ser hipócrita e cínica. Danço aquilo que sinto... e não há volta a dar. Por mais que tente, não consigo, fingir que estou alegre quando estou triste, gostar quando não gosto, rir quando me apetece chorar, mentir quando me quero dizer umas verdades. Sinceramente até hoje não sei se isto é uma virtude ou defeito. Ao longo da minha vida poucas não foram as situações em que se tivesse sido hipócrita tinha ganho mais, em que se o cinismo falasse mais alto tinha evitado inúmeras "saias justas". Muitas vezes a minha mãe e até marido dizem-me que não posso ser tão directa em certas situações, que às vezes a minha antipatia com quem não gosto é-me prejudicial. Dizem-me "finge" e eu respondo "é pá, não consigo" e não dá mesmo! Confesso que alguns comentários que dou, resposta impulsivas, atitudes de mau humor caem-me mal e transpareço uma brutalidade que não é totalmente verdadeira. Quem não me conhece fica a pensar que sou arrogante, antipática, conven