Avançar para o conteúdo principal

Gratidão/Ingratidão

Para pensar:

"Se queres ver Deus a rir, mostra-Lhe os planos que tens para a tua Vida."

Que sabemos nós do nosso futuro...

Desde a última sexta feira até precisamente à pouquinho, o conceito de gratidão / ingratidão tem-me passado pela frente com exemplos bem explícitos e em tempo real, fazendo-me reflectir mais uma vez sobre a minha Vida.

Cada vez mais tenho procurado estar grata primeiro pela minha Vida e depois por tudo que tenho e acontece, mesmo que por vezes aconteçam episódios menos bons ou achemos que temos azar.

Acredito cada vez mais que tudo acontece por uma razão, nem que seja para acordarmos de um sono ou ilusão. Não é fácil sermos gratos quando as coisas não nos correm da maneira que queremos ou imaginamos. Passamos muito tempo da nossa preciosa Vida a iludir-mo-nos com planos cuidadosamente arquitectados para o nosso futuro, quando num "virar de olhos" tudo pode mudar pelas mais variadas razões e aí, em jeito de "birra" culpamos a sorte, Deus e o mundo.

Porque não agradecermos ou pelo menos não lutar contra, quando essas mesmas mudanças acontecem, pois lá mais á frente vamos perceber que se calhar foi melhor assim... Porque não agradecer (achamos nós) o pouco que temos... as alegrias que invadem a nossa Vida que não são assim tão poucas como parece... e estarmos gratos pelas "bênçãos" que nos vão acontecendo.

Acho sinceramente que somos ingratos... pela Vida, por tudo e todos que nos rodeiam...

Com as escolhas, pensamentos, atitudes que fazemos diáriamente, vamos contruindo a nossa Vida e o nosso destino vai-se revelando.

Tenho a sorte de ter pessoas á minha volta que me mostram rigorosamente o poder da gratidão / ingratidão e digo-vos que, quando vejo exemplos de pessoas que ficam tão gratas por pequenos gestos ou acontecimentos penso como vale a pena sentir-mo-nos gratos por tudo na nossa Vida . E, quando essa gratidão é sincera, a Vida, o Universo, Deus envia-nos um sentimento de Paz indescritível (obrigado Cecília por mostras-me a gratidão que sentes por tudo que te rodeia e acontece, como vês eu aprendo mais com as minhas alunas do que vocês comigo...)

Não faço a mais pequena ideia como será o meu futuro, já desisti de fazer planos para Deus rir! Mas uma coisa tenho a certeza: quando me liberto do poder destrutivo da ingratidão, a minha vida flui naturalmente e quando dou, sem expectativas de vir a receber, é aí que as bênçãos acontecem...

Comentários

  1. E enquanto lia o texto só me surgia um único comentário possível:

    ADORO-TE!!! :)

    **

    ResponderEliminar
  2. Querida Sara :)
    obrigada.
    As tuas palavras tocam o meu coração e fazem-me mais uma vez agradecer ao Universo pelos nossos caminhos se cruzarem.
    Tu dás-me tanto...
    Se neste momento pratico dança oriental, algo que secretamente sonhei desde miúda, é graças aos teus ensinamentos. Relembras-me na Dança da minha força interior e beleza, entre tantas outras coisas!! Sim, é um desafio relembrar tudo isso, abrir o coração esmeralda e dar sem medo de sofrer.
    Tudo são lições. Neste momento, para mim as coisas não fluem muito facilmente, mas estamos cá para lutar e aprender.
    Dançar é uma benção na minha vida. É um momento mágico que partilhamos todas juntas. Apesar desta fase que me apresenta mais desafios, estou a gostar muito das aulas e das novas colegas :).
    Obrigada por tudo. Sinto que isto é apenas o início :).
    Beijos da tua pupila.
    P.S.- Estou a desejar que voltes, com o teu cântaro de água cheio e que o partilhemos todas juntas, bebendo da dança :).

    ResponderEliminar

Enviar um comentário

Mensagens populares deste blogue

Depois de tantos anos a Dançar e a Leccionar, não estás cansada?

  Queres uma resposta sincera a esta última pergunta selecionada desta série? Estou. Mas isso não me impede - por enquanto - de continuar. Eu sou bailarina e professora por vocação. Desde que me lembro sempre foi o "meu sonho" ser bailarina. E sempre me vi a fazer isso. A vontade de ser professora veio mais tarde, já em adulta, com a necessidade de querer passar os meus conhecimentos e experiência a quem me procura. Percebi, cedo na vida, que não seria feliz nem realizada se, pelo menos, não tentasse seguir a minha vocação. Com coragem, determinação e muita "fé", arrisquei. E depois de tantos anos, apesar de tudo, continua a fazer-me sentido. E, quando algo é tão natural e intrínseco a nós, é difícil ignorar e, largar. Com isto, não quero dizer que foi ou é fácil. E hoje, digo: preferia não ter esta vocação... preferia ter tido a vocação para ser médica, ou advogada, ou até arquitecta... tudo teria sido tão mais fácil. Tão mais aceite. E tão mais reconhecido...

Para ti, o que é mais importante no ensino da Dança Oriental?

Pergunta selecionada do mês de Abril e vou ser directa. Para mim, segundo a minha visão e experiência, o mais importante no ensino da Dança Oriental é conseguir empoderar aquela/e aluna/a passando-lhe o testemunho milenar da essência da D.O. Ensinar D.O., para além da sua complexidade técnica - porque não há propriamente um "guião" ou até mesmo formação para se ensinar como noutras danças - o mais importante é conseguir passar a sua essência. E aí está a questão: qual é a essência da D.O.?...  Esta é a pergunta que cada professora ou professor deve fazer. Se souber responder, ótimo! É meio caminho andado para criar ferramentas porque sabe o que está a fazer.  Se não sabe, eu acho que deve procurar saber.  Porque, digo-vos: o que mais impacta no ensino da D.O. não são a execução perfeita de mil e um movimentos, nem dezenas de coreografias... o que mais deixa legado é a forma e a atitude com que sentes a D.O. mostrando o seu carisma único. Há uma Alma a ser preservada indep...

Quero ser bailarina profissional de D. O. Como começo?

UI!!!!! Esta foi a pergunta selecionada deste mês de Maio e, deixa-me dizer-te: é uma pergunta para milhões. Foi exactamente esta a pergunta que fiz, há 21 anos atrás, à professora e única referência que tinha na altura. A resposta foi: "desenrasca-te". E, tive mesmo que me "desenrascar" numa altura que a Dança Oriental - embora na moda por uns tempos - carregava (e acho que ainda carrega, mas com menos peso) um grande preconceito, consequência de um legado de séculos de ignorância em relação a esta dança. E, passado duas décadas digo-te, a ti que queres lançar-te como bailarina profissional de D.O.: BOA SORTE! Porque não é fácil e, não há um guião. Há, ou tem de haver uma capacidade de resiliência e inteligência emocional que não é para todos. Se me lês regularmente, sabes que sou directa. Acredito que a verdade, sem floreados, vale mais que a resposta bonita e meiga. Neste mundo da Dança não há espaço para "meiguice". Há espaço - e tem de haver - para o ...