Não tenho muitas recordações da minha infância, o que guardo comigo são breves flashbacks de situações que de alguma forma me marcaram. Em geral, posso dizer que os meus primeiros anos de vida foram excelentes! Era uma criança alegre que tinha a bênção de ter os meus pais junto comigo, que me proporcionavam uma mão cheia de mimos e atenções. Tive também uma ama, uma jóia de pessoa, que me mimava mais que os meus pais, e que cedo percebeu a minha “queda” quase obsessiva em gostar de ouvir música.
Segundo me contam, gostava de toda a música para crianças, mas havia uma em especial que falava em camelos (não sei se se recordam), que simplesmente adorava (será que era uma premonição?). Havia também um tipo de música ou melhor, um cantor que eu era completamente fanática, imaginem qual? Não imaginam! Pois eu digo-vos, mas prometam-me que fica só entre nós: eu por volta dos dois, três anos de idade era completamente apaixonada pelo Roberto Carlos!!! Pois é! Não se riam, por favor!!! Grandes birras, me contam, que fazia sempre que me apetecia ouvir o “rei” e não estava disponível, é que não me bastava ouvir o disco, tinha de haver alguém a representá-lo, fazendo um playback irrepreensível. Que paranóia a minha, nesses momentos os meus pais devem ter percebido que sou de ideias fixas, e quando ouço um cantor exijo a sua presença!!!
Também tive uma queda muito especial para ouvir Pink Floyd, grupo que o meu pai muito ouvia por também estar muito em voga na altura (devo lembrar que nasci em 79, por isso estamos a falar da década de 80), gostava especialmente da música que eu intitulava “ a das crianças” música esta que falava da opressão que se fazia nas escolas…. devem saber qual é a que estou a falar (acho que aqui revelei ter uma predisposição para a revolta). Mas foi quando, aos quatro anos, fui para a escolinha, que a minha educadora descobriu o meu fascínio ainda mais obsessivo: o meu amor pela dança.
Segundo também me contam, (eu não me lembro), houve um acontecimento que despoletou a atenção da minha educadora (a Maria): uma noite, deu na RTP2 um bailado (época que ainda só havia dois canais e o 2 passava programas mais culturais), que bailado era não me sabem dizer, mas lembram-se na maneira compenetrada que assisti a todo o programa. Devem-se estar a perguntar: "o que é que isso tem demais para ter ficado na memória dos pais dela e da tal Maria?" Eu tinha quatro anos, o bailado estava a dar a horas bem tardias, horas essas que deveria estar a dormir, mas não o quis, fiquei a ver toda da dança quase sem penestejar. O mais engraçado foi o que aconteceu, no dia a seguir na escola, sozinha como se num mundo à parte, reproduzi, para espanto da minha educadora, todo o bailado. Claro que não o ballet integral, como é óbvio, mas reproduzia em passos de dança bem esquisitos o que mais me tinha fascinado, explicando e ensinando á minhas coleguinhas a história do ballet que tinha visto. Era ou não era uma premonição da minha vida futura!?
Bom, a Maria ficou tão espantada que decidiu procurar a professora de Ballet do colégio (sim… andei num colégio até ao 9ºano... por favor, mais uma vez peço-vos que fique só entre nós, ok?) para que fosse experimentar uma aula, já que eu também não me calava a dizer que queria fazer ballet, “mas ela só tem quatro anos, ainda é muito nova!” dizia a professora ( a Teresa), “sim, mas deixe-a experimentar para ver se se cala um bocadinho!” dizia a Maria. O facto é que lá fiz a aula e passei com distinção ao olhar incrédulo da prof. Teresa. E assim, com meus tenros anos era tratada como uma verdadeira “artista”: tinha uma “manager” (que luxo!!!) a Maria, descobriu-me, tratando logo de me arranjar uns produtores (luxo ainda maior!), para investirem na minha formação, os meus pais, que por sua vez inscreveram-me logo nas aulas, e um mestre, a minha querida professora Teresa que acreditou que tinha um talento dando-me a oportunidade de aprender a lidar com esse mesmo talento. Assim, tornei-me a bailarinazinha mais pequenina da escola. Tive muita sorte. Quantos de vós, tiveram ou têm talentos que ainda não foram descobertos e investidos? Tive mesmo sorte!
Segundo me contam, gostava de toda a música para crianças, mas havia uma em especial que falava em camelos (não sei se se recordam), que simplesmente adorava (será que era uma premonição?). Havia também um tipo de música ou melhor, um cantor que eu era completamente fanática, imaginem qual? Não imaginam! Pois eu digo-vos, mas prometam-me que fica só entre nós: eu por volta dos dois, três anos de idade era completamente apaixonada pelo Roberto Carlos!!! Pois é! Não se riam, por favor!!! Grandes birras, me contam, que fazia sempre que me apetecia ouvir o “rei” e não estava disponível, é que não me bastava ouvir o disco, tinha de haver alguém a representá-lo, fazendo um playback irrepreensível. Que paranóia a minha, nesses momentos os meus pais devem ter percebido que sou de ideias fixas, e quando ouço um cantor exijo a sua presença!!!
Também tive uma queda muito especial para ouvir Pink Floyd, grupo que o meu pai muito ouvia por também estar muito em voga na altura (devo lembrar que nasci em 79, por isso estamos a falar da década de 80), gostava especialmente da música que eu intitulava “ a das crianças” música esta que falava da opressão que se fazia nas escolas…. devem saber qual é a que estou a falar (acho que aqui revelei ter uma predisposição para a revolta). Mas foi quando, aos quatro anos, fui para a escolinha, que a minha educadora descobriu o meu fascínio ainda mais obsessivo: o meu amor pela dança.
Segundo também me contam, (eu não me lembro), houve um acontecimento que despoletou a atenção da minha educadora (a Maria): uma noite, deu na RTP2 um bailado (época que ainda só havia dois canais e o 2 passava programas mais culturais), que bailado era não me sabem dizer, mas lembram-se na maneira compenetrada que assisti a todo o programa. Devem-se estar a perguntar: "o que é que isso tem demais para ter ficado na memória dos pais dela e da tal Maria?" Eu tinha quatro anos, o bailado estava a dar a horas bem tardias, horas essas que deveria estar a dormir, mas não o quis, fiquei a ver toda da dança quase sem penestejar. O mais engraçado foi o que aconteceu, no dia a seguir na escola, sozinha como se num mundo à parte, reproduzi, para espanto da minha educadora, todo o bailado. Claro que não o ballet integral, como é óbvio, mas reproduzia em passos de dança bem esquisitos o que mais me tinha fascinado, explicando e ensinando á minhas coleguinhas a história do ballet que tinha visto. Era ou não era uma premonição da minha vida futura!?
Bom, a Maria ficou tão espantada que decidiu procurar a professora de Ballet do colégio (sim… andei num colégio até ao 9ºano... por favor, mais uma vez peço-vos que fique só entre nós, ok?) para que fosse experimentar uma aula, já que eu também não me calava a dizer que queria fazer ballet, “mas ela só tem quatro anos, ainda é muito nova!” dizia a professora ( a Teresa), “sim, mas deixe-a experimentar para ver se se cala um bocadinho!” dizia a Maria. O facto é que lá fiz a aula e passei com distinção ao olhar incrédulo da prof. Teresa. E assim, com meus tenros anos era tratada como uma verdadeira “artista”: tinha uma “manager” (que luxo!!!) a Maria, descobriu-me, tratando logo de me arranjar uns produtores (luxo ainda maior!), para investirem na minha formação, os meus pais, que por sua vez inscreveram-me logo nas aulas, e um mestre, a minha querida professora Teresa que acreditou que tinha um talento dando-me a oportunidade de aprender a lidar com esse mesmo talento. Assim, tornei-me a bailarinazinha mais pequenina da escola. Tive muita sorte. Quantos de vós, tiveram ou têm talentos que ainda não foram descobertos e investidos? Tive mesmo sorte!
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