Que, vezes sem conta, tenham tentado "sabotar" a minha essência.
Passo a explicar: eu desde muito, mesmo muito nova, sabia o que queria fazer. Queria ser bailarina. Sempre o soube. E, sempre o verbalizei. E sempre me tentaram dissuadir dessa ideia. Desde pequena. Ouvia: isso não é profissão; isso é só para alguns; não tens corpo para isso; tens é de estudar; isso não é nada; como assim bailarina?; isso depois passa-lhe; não tens talento; podes dançar desde que faças outra coisa... outra coisa séria; não consegues ir longe com a DO; não te metas no meu caminho que eu esmago-te; ensinar...?; talvez só nível iniciado, mais não consegues. E muito mais... teria aqui uma lista infinita.
Sim. Durante toda a minha vida não acreditaram que tinha nascido artista, bailarina de essência. Podia aprender a dançar e actuar mas,... desde que... ouvi de tudo. O que mais me custa é ouvir da minha família. Sim, nunca gostaram. Acabaram por respeitar "esta minha estranha forma de vida" - já dizia Amália - mas não apoiaram... e isso custou muito e, ainda custa porque pouco mudou. E sim, só houve uma pessoa que acreditava que poderia ser uma bailarina de Dança Oriental. Mais ninguém. Tive de provar, e ainda provo, sempre.
Temos de acreditar muito em nós para conseguir dar a volta. Amadurecer para ter coragem de assumir quem somos. Eu conheco-me porque me oiço. Tento perceber como me sinto e medito sobre isso. A nossa Alma grita para que SEJAMOS.
Incomoda-me não acreditarem em mim. Incomoda-me porem em causa a minha vida. Incomoda-me o constante verbalizar de opiniões que não pedi. E tudo isso mina. Vai deixando a sua marca. Há momentos que vacilo... quase que acredito na versão que queriam que eu fosse. Mas relembro. Volto sempre a mim. À minha visão. À minha versão. Porque uma vez conhecido, nunca esquecemos quem somos.
PS: Para ilustar tudo isto, deixo aqui o link de um vídeo lindo de uma bailarina que nem a doença a faz esquecer quem é: https://www.youtube.com/watch?v=6m29-qK752w
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