Na generalidade, pensa-se que um
artista é alguém meio louco e esquisito. Que tem as suas regras e vive no seu
mundo. É sempre criativo e está sempre bem. Que vive do ar... de graça ou de
favores. Mas digo-vos, um artista, é uma pessoa como todas as outras.
Talvez mais intuitivo ou mais
sensível. Talvez mais introvertido ou muito extrovertido. Talvez não tenha
receio de viver segundo valores esquecidos. Mas é uma pessoa. Que também tem os
seus dias e momentos. Onde, grande parte das vezes, só a sua arte não basta,
mas pode ser o suficiente para não desmoronar de vez e continuar. Vivo.
Como bailarina, revejo-me e
poucos são aqueles que têm acesso ao outro lado de um artista. O seu lado
sombra como costumo dizer. Normalmente só o veem através da sua Arte, mas
poucos são os que acompanham, entendem e apoiam ou veem o seu lado sombra.
Eu admito que é sou frágil. Não
sou a supermulher. E como toda a gente, tenho dias difíceis. E mesmo nesses
dias, escolho o meu lenço para a anca e, bora lá! Eu escolho a minha Arte
porque é ela que me alimenta mesmo quando não tenho vontade. É um compromisso.
Porque o que eu tenho com a Dança Oriental é uma relação de amor. E como todas
as relações, dão trabalho e exigem resiliência. Vivemo-las ao máximo e não
desistimos à primeira.
Nesses dias difíceis, experimentem usar a vossa Arte - porque acredito que todos nós temos um talento, basta descobri-lo - como combustível ou como super poder. Quem sabe, novos artistas surjam. E com eles, um mundo mais sensível. Sim, eu sei… só uma eterna sonhadora… sou bailarina.
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