Cresci com aulas de dança. No meio de tutus e sapatilhas. Com a música do piano de fundo. Sempre que podia, "enfiava-me" num estúdio, assistia às aulas das mais velhas, escapava-me para o palco. Absorvia cada minuto. Observava cada segundo. Queria sempre superar-me. Fazer melhor. Ser a melhor. Cada aula, era uma oportunidade. De praticar, evoluir e aprender mais técnica. Era obcecada pela técnica de ballet. Sabia que, para dançar bem precisava de técnica. Mas rápido percebi o que realmente impacta. Foi num exame de ballet - que tinha no final de cada ano para passar de grau - que o "click" se deu. Tive a maior nota numa dança que tínhamos de apresentar à examinadora. Era uma performance individual e tinha-me "esfalfado" a treiná-la. Sabia-a de "cor e salteado," mas tecnicamente não estava perfeito... eu sabia disso, a professora aconselhou-me a desistir dela e fazer a outra do currículo. Mas não quis. Senti que que era aquela. E porquê? Porque...