Avançar para o conteúdo principal

OnLine, O "Novo" Palco

Pois é...
Resisti bastante. Adiei muito. Desisti algumas vezes.
Até que a vida nos atropela - com uma pandemia (quem diria?!...) - e, foi neste atípico momento que percebi: ou é agora ou não é mais. Não há dúvidas, tudo OnLine ganhou uma vida própria e veio para ficar e há quem diga que entramos numa nova Era...
Falo, claro, da minha lendária resistência às novas tecnologias e plataformas digitais. 
Resisto porque na verdade não controlo e isso chateia-me... muito. Gosto de dominar e entender o que faço. Mas, de uma vez por todas, mergulhei no fascinante mas manhoso mundo da internet.
Afinal o OnLine, já faz parte da nossa vida há algum tempo mas, atrevo-me a dizer, não com a força que tem hoje. E, ou tu te adapatas, ou "desapareces". E eu tive de me adaptar e depressa.

Mas esta rapidez, sinceramente, assusta-me... toda a conjuntura que vivemos potenciou uma dependência no virtual como se de um bem essêncial se tratasse. 
O virtual tornou-se uma realidade paralela que ganhou uma vida própria mas que consome tempo e espaço à nossa vida real. Descobri também que há poucas "regras" e muito pouca ética no mundo OnLine. Não sabes onde estão as directrizes (nem se as há) e, sem te pedir licença julgam-te ao minuto. 

Claro, que há inumeras vantagens. Não nego a revolução positiva que a internet provocou na nossa gestão diária.  Eu própria já não me imagino sem net, tecnologias e plataformas digitais (nem sei como teria vivido este tempo sem eles). Estas últimas então, transformaram-se em preciosas ferramentas que, se bem exploradas e estrategicamente bem manipuladas, projectam-te o aos quatro cantos do mundo e o teu trabalho chega a um sem número de pessoas. O problema está em saber usá-las. Não é fácil e não é para todos como se julga. É para quem pode e sabe.

Mas, como em tudo, o desafio está no equilíbrio:
Entre a vida real e a digital. 
Entre o palco real e o palco digital.
Entre Eu e o meu Avatar.
Porque sim. Há diferença entre as duas realidades. Tu sabes que sim.
A realidade virtual é projectada, pensada, editada, idealizada.
A vida real não. Esta é autêntica. Com cheiro e sabor. Com tato. É olhos nos olhos.

Como bailarina, professora e ser humano, o digital é-me limitado. Este serve-me, e tento que não seja eu a servi-lo. Há perigo nisso... e vejo muito isso. O alimentar insaciante do ego. Da vaidade fútil. O dar voz ao nada. 
... Manhosa é esta realidade... muito sedutora... Tudo OnLine acontece. Está tudo OnLine. Fazes tudo OnLine. Estão Todos OnLine...
Sim... a nova Era está aí.. a internet activa como nunca... e o OnLine, o "novo" palco.







 





Comentários

Mensagens populares deste blogue

Depois de tantos anos a Dançar e a Leccionar, não estás cansada?

  Queres uma resposta sincera a esta última pergunta selecionada desta série? Estou. Mas isso não me impede - por enquanto - de continuar. Eu sou bailarina e professora por vocação. Desde que me lembro sempre foi o "meu sonho" ser bailarina. E sempre me vi a fazer isso. A vontade de ser professora veio mais tarde, já em adulta, com a necessidade de querer passar os meus conhecimentos e experiência a quem me procura. Percebi, cedo na vida, que não seria feliz nem realizada se, pelo menos, não tentasse seguir a minha vocação. Com coragem, determinação e muita "fé", arrisquei. E depois de tantos anos, apesar de tudo, continua a fazer-me sentido. E, quando algo é tão natural e intrínseco a nós, é difícil ignorar e, largar. Com isto, não quero dizer que foi ou é fácil. E hoje, digo: preferia não ter esta vocação... preferia ter tido a vocação para ser médica, ou advogada, ou até arquitecta... tudo teria sido tão mais fácil. Tão mais aceite. E tão mais reconhecido...

Diário de Uma Professora de Dança Oriental - #aula12

 Querido Diário: E, num “piscar de olhos” chegou a #aula12: última do 1º trimestre da época 24/25 e, também última deste ano 2024. E de tão descontraída, esta aula foi 5 estrelas... rimos, falámos, brincámos, desejámos as boas festas e claro... dançámos. Ao som de mais umas músicas de Natal, disfrutámos também da pequena coreografia sequencial onde trabalhámos - bastante para sedimentar - a técnica do tema deste último trimestre. Gosto de finalizar etapas. Encerrar ciclos para dar espaço a novos. Vem agora novo ano, novo trimestre e com eles novas etapas, aulas, desafios e superações. Acompanhada pelas alunas mais belas, tudo será mais... aconchegante e, embora ainda não tenha lido nenhuma previsão astrológica para 2025, disto eu tenho a certeza: Nada como um círculo fiel de mulheres para nos apoiar e alavancar. Se juntarmos a ele o ingrediente Dança então... o nível e poder desse círculo é outro.   E assim me despeço: Até para o Ano! Que neste caso é o mesmo q...

Diário de Uma Professora de Dança Oriental - #aula11

Querido Diário: Nesta altura, com este frio, custa iniciar qualquer actividade física... E, a Dança Oriental, com raiz nos países do Médio Oriente onde o calor é rei, custa a adaptar-se às temperaturas próprias desta época no nosso país. Nas aulas, agora, calçamos meias (várias), perneiras, leggins mais grossas e os tops passam a camisolas. Mas, à medida que a aula avança, vamos também despindo todas essas camadas. Porque dançar aquece. Não só o corpo mas, também, a Alma. E aquele frio do início rapidamente dá lugar a um calorzinho reconfortante. É muito bom sentir esta dinâmica. Acredito (e sei) que não aconteça só com a dança, mas, com toda a actividade física. Custa “arrancar” mas depois, sabe mesmo bem.   E assim foi uma aula... diria... 4 estrelas. Só não foi cinco estrelas porque o calorzinho  gerado durou só... uma hora... a hora da aula .