Avançar para o conteúdo principal

Desligar para Religar

Todos os anos eu tiro pelo menos uma semana para estar em contacto permanente com a natureza.
Durante essa semana tiro a maquilhagem, brincos, anéis, deixo o sutiã de lado e só visto e calço o indispensável. Troco a casa de cimento por uma tenda, a cama pelo chão.Tento desligar o máximo de tempo possível (mas confesso que me custa) o telemóvel, o computador, a net. Nem me lembro que existe televisão muito menos sinto falta dela. 
Se possível tento não ver pessoas. Isolo-me tendo só como companhia o meu marido (companheiro inseparável e aproveitamos para pôr o namoro em dia ;)), as arvores, os animais, o sol e o mar.
Parece radical mas para mim tornou-se essencial. É um prazer, quase vicio, acampar no meu secret place, num dos meus locais preferidos do país - a costa alentejana.
Assim é a forma que tenho de realmente desligar-me do mundo e concentrar-me em mim, relaxo e religo-me às raízes de que todos viemos. Relembro o que é importante e essencial para vivermos. 
Ao estar em contacto permanente com a terra, faz-me respeitá-la cada vez mais. Ao depender dela, sinto a sua energia como uma sessão de Reiki e ao interagir com ela faz-me lembrar como faço parte de um Todo magistral, generoso, superior, muito para lá da nossa limitada compreensão.
Também durante este tempo não quero dançar e a unica musica que quero ouvir é a dos pássaros logo pela manhã, o som do mar e do vento que bate nas arvores. Paro, sossego, reorganizo ideias enquanto vejo o pôr do sol da minha tenda. Presentei-o-me com o simples prazer de não fazer nada, não ter de fazer nada. 
É isto que é para mim acampar... e é disto que também é feita as minhas férias: distanciar-me, sentir saudades para depois poder criar. Recarregar a minha Alma com o poder da Natureza  no seu estado mais puro para depois ter força na selva que vivemos.

Sugestão: passem pelo Badoca Park perto de Sines e sintam o prazer de estar com animais praticamente selvagens. Já é a terceira vez que lá vou e nunca me desiludo!!! Aliás, interagir com eles (os lémures de Madagáscar e as aves de rapina são os meus preferidos) faz parte da minha terapia anual que é melhor que qualquer medicamento. Eles são autênticos psicologos que me fazem perceber quão simples é viver e quão simples é a Vida que nós tendemos a complicar. Eu tento complicar...  Adoro-os pela o amor e lição que me dão!!!! 
Quando descarregar as fotos publico as mais hilariantes.

Comentários

  1. Partilho da mesma opinião..eu adoro a natureza , adoro os animais!Posso afirmar que sou uma pessoa mais feliz quando estou com animais.
    Aguardo ansiosamente pelas fotos!Ainda não tive oportunidade de visitar o badoca park...mas espero faze lo em breve!!beijo grandeee e boas ferias!!!

    ResponderEliminar
  2. Miss Luna,muito obrigado por seguir o meu blog!e obrigado pelo seu comentário. Recomendo sim o badoca park! Vai adorar!!

    Zaahirah: me aguarde!!!!

    ResponderEliminar
  3. Olá Sara :) sinto-me bem é no meio da Natureza.
    Não me convidem para ir a centros comerciais, só lá vou quando tenho absoluta necessidade e tento despachar-me rapidamente.
    Isso para mim não é passeio nem diversão, acho uma seca ir passear para o centro comercial ao fim de semana lolol.
    2 excepções:
    - Se for ao cinema, e aí estou a ver o filme (depois vou-me embora).
    - Se for para estar com uma (ou mais) amiga(s) de quem gosto muito e aí tento desfrutar da sua companhia e abstrair-me do sítio onde estou.
    O badoca ficará uma visita um dia mais tarde.
    Não há mais fotos?
    Beijo grande e até breve.

    ResponderEliminar

Enviar um comentário

Mensagens populares deste blogue

Afinal o que é ser humilde...

As bailarinas ouvem muitas vezes a palavra humildade, que temos de ser, viver e actuar com humildade. Concordo plenamente... Mas o que é humildade? E quem é que pode dizer a outro tu és e tu não és humilde? Socialmente uma pessoa humilde não ostenta riqueza nem vaidade, procura ser útil mas discreto e pede ajuda fazendo questão de dizer que não sabe tudo. Que pessoa humilde seria esta! E quase perfeita... Lamento desiludir, mas não tenho todas essas características! Sou humana, tenho defeitos e muitos... como todos vocês! Para mim, humildade é um valor que se adquire logo na infância e se desenvolve ao longo da vida. Mas acho que há vários graus e muitíssimas definições de humildade. O que pode ser para mim uma acção humilde para outro é algo bem diferente. Quantas vezes agimos ou dizemos algo que pensamos, que é natural aos nossos olhos, mas somos logo julgados: "Não és nada, humilde!" Penso: como bailarina, posso ser humilde? Vocês dir-me-ão: Claro! Tens mais é que ser h

Então, o que basta?

Desde que me lembro, oiço dizer que, para dançar é preciso gostar mesmo. Ter Amor, Paixão pela Arte da Dança. Concordo. Cresci a ouvir isto. Mas, basta?...  Hoje, depois de tantos anos dedicados à Dança, eu acho - melhor, tenho a certeza - que não.  Então, o que basta?... Sinceramente?!... Tudo. Danço desde sempre. E desde sempre, o meu Amor pela Dança impulsionou-me a continuar. Foi assim com a minha primeira paixão: o ballet e que continuou para a Dança Oriental onde foi "Amor à primeira vista." Tal como num casamento, a paixão inicial transforma-se num Amor. Amor este que se tornou profundo, amadurecido e, também calejado.  Manter uma relação, não é fácil nem romântica como se idealiza, muito menos incondicional. É necessário esforço, dedicação, responsabilidade, sentido e condições. Definitivamente, só o Amor não basta. Na Dança, sinto que é igual. É uma relação entre a bailarina e a sua arte. Há que investir nesta relação para que o Amor - base fundamental SIM - não fiqu

Outro pecado, defeito ou talvez virtude

Não consigo ser hipócrita e cínica. Danço aquilo que sinto... e não há volta a dar. Por mais que tente, não consigo, fingir que estou alegre quando estou triste, gostar quando não gosto, rir quando me apetece chorar, mentir quando me quero dizer umas verdades. Sinceramente até hoje não sei se isto é uma virtude ou defeito. Ao longo da minha vida poucas não foram as situações em que se tivesse sido hipócrita tinha ganho mais, em que se o cinismo falasse mais alto tinha evitado inúmeras "saias justas". Muitas vezes a minha mãe e até marido dizem-me que não posso ser tão directa em certas situações, que às vezes a minha antipatia com quem não gosto é-me prejudicial. Dizem-me "finge" e eu respondo "é pá, não consigo" e não dá mesmo! Confesso que alguns comentários que dou, resposta impulsivas, atitudes de mau humor caem-me mal e transpareço uma brutalidade que não é totalmente verdadeira. Quem não me conhece fica a pensar que sou arrogante, antipática, conven