Pergunta selecionada do mês de Abril e vou ser directa.
Para mim, segundo a minha visão e experiência, o mais importante no ensino da Dança Oriental é conseguir empoderar aquela/e aluna/a passando-lhe o testemunho milenar da essência da D.O.
Ensinar D.O., para além da sua complexidade técnica - porque não há propriamente um "guião" ou até mesmo formação para se ensinar como noutras danças - o mais importante é conseguir passar a sua essência. E aí está a questão: qual é a essência da D.O.?... Esta é a pergunta que cada professora ou professor deve fazer. Se souber responder, ótimo! É meio caminho andado para criar ferramentas porque sabe o que está a fazer. Se não sabe, eu acho que deve procurar saber.
Porque, digo-vos: o que mais impacta no ensino da D.O. não são a execução perfeita de mil e um movimentos, nem dezenas de coreografias... o que mais deixa legado é a forma e a atitude com que sentes a D.O. mostrando o seu carisma único. Há uma Alma a ser preservada independentemente das "modas" e influências que a D.O. sofre. E é essa Alma que a define.
E depois, há o Ensinar, que não é para todos. E, ensinar dança não é para todos os bailarinos. É preciso - no palco que é um estúdio de dança - desprendermo-nos do nosso ego. E isso não é para qualquer um. É um exercício dificil mas, necessário para quem ensina e fundamental para que aquele público - alunas/os - sobressaiam.
Porque dar aulas não é sobre ti, é sobre aquelas/es alunas/os. Saber fazer esse exercício de desapego é ser professor. E sabê-lo ser com mestria é algo raro de encontrar. Sorte de quem encontra alguém assim na sua vida... que aproveite e sugue todo o seu conhecimento que generosamente faz questão de passar, sem receio ou medo de ser "ultrapassado". E se és professora/or de Dança, deixo-te esta pergunta: num futuro, o que é que as tuas alunas/os se vão lembrar das tuas aulas?... Pensa nisso.
Comentários
Enviar um comentário