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Quase, Quase...

Quase, quase a completar mais um ano de vida. A caminho dos 43 anos.

Nem acredito. 43... e que orgulho tenho neles. Sim. olhando para trás, não me arrependo de nada. Até daquilo que, na altura, me pareceu mau ou más escolhas. Hoje percebo o porquê e como tudo fez - e faz - sentido. Continuo, obcecadamente, no comando da minha vida e, orgulhosa a escrever a minha história.

Este foi o ano calmo e introspectivo onde a Sara Macedo e a Sara Naadirah se fundiram somente na SARA. 

Durante anos fui só a Sara Macedo, a tentar encontrar a minha identidade e lugar no mundo. Depois, veio a Sara Naadirah, completamente leoa, a assumir a minha missão e dança. Agora, encontro somente a SARA, o equilíbrio entre as duas. Equilíbrio esse que estou a construí-lo a pulso através de estratégias para um autoconhecimento profundo. Doloroso por vezes, mas, reconfortante e apaziguante noutras tantas que me faz (re)conhecer-me de uma maneira completamente nova. 

Este também foi o ano de confirmação de algo que já sabia, mas que recusava admitir. Uma verdadeira revelação e que me tirou um peso gigante de cima. Agora, conscientemente, aceito. Finalmente.

Percebi, de uma vez por todas, que não pertenço e nem me fixo a grupos. Nem a modas. Muito menos tendências. E até a amizades. E está tudo bem. Não é culpa minha como sempre julguei. A vida mostrou-me - e tem-me mostrado - vezes sem conta que tenho uma alma solitária e independente a que eu a chamo Ronin (ler texto sobre AQUI).

Durante este ano tentei de novo, juntar-me e fazer parte de algo, e mais uma vez, não me encaixei. Eu sei... parece estranho. E sim, podes ser muito mal interpretado. Corro o risco de passar uma imagem ou mensagem autoritária, antipática, antissocial. Que sou superior e melhor que qualquer pessoa... Sempre foi assim. Só que não. Nem nunca foi. E já passei maus bocados por causa disso.

Simplesmente percebi que gosto de experienciar, mas não gosto de me prender. Que gosto de fazer parte - e faço - mas preciso de sentir liberdade para sair/afastar-me quando bem entender. Gosto de participar, mas sem colocar em causa a minha vontade e valores. Se sinto que estou a fazer favorzinho, frete ou que claramente estou a mais e que não estou a contribuir com nada só para não estar ou não ter de fazer algo sozinha, afasto-me. E sempre foi assim.

Gosto da minha liberdade e sinto que me basto. Sim, eu basto-me. Com isso não quer dizer que não me sinta - até bastante vezes - sozinha ou que não precise de ajuda. Não quer dizer que não goste de sentir-me útil, integrada e socializar. Só que não crio raízes e não deixo (naturalmente) que ninguém se "cole" a mim, mas, sei que sou aquela amiga para a necessidade. Aquela professora para realmente aprenderes a "andar" - no neste caso - dançar pelos teus pés. Aquela bailarina que mostra a sua alma, sem medo. Sou para quem precisa e se identifica comigo. E não tenho necessidade de mais porque também sei que tenho uma verdadeira tribo - a única a que pertenço realmente - que são o meu companheiro, filha, cadelinha e que se estende para os meus pais e irmã.  A estes eu fixei-me e é a eles que eu volto sempre. O resto é tudo passageiro. E está tudo bem.

Mais um ano prestes a começar-me. Como já disse várias vezes, deixei de fazer grandes planos. Já não tenho ilusões. Mas continuo a sonhar. E agora aceito que para os concretizar, basto-me. E se quero, faço... Arrogância?... Não. Maturidade em saber que a minha vida é da minha responsabilidade. Por isso, BORA LÁ!









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