Comecei a aprender Dança Oriental
por curiosidade quase instintivamente como se algo, maior, me chama-se. A
música enfeitiçou-me com os seus sons e os movimentos seduziram-me logo na
primeira aula. Mas, quando comecei a praticá-la, estava longe de saber o quanto
esta dança mudaria a minha vida. Mal sabia que naquele primeiro momento, tinha iniciado
a viagem ao meu centro. Ao encontro da minha Alma. A paixão que surgiu logo de início
intensificou-se e ao longo do tempo transformou-se numa relação de amor. Hoje
sei, que esta Dança o que tem de encantamento também tem de mistério e, quanto
mais aprofundo, mais descubro.
O conhecimento técnico é uma
constante que parece não ter fim. O poder da música árabe é transformador. Mas
é no desafio emocional que esta Dança apresenta o seu maior trunfo. O caminho
da Dança Oriental é mágico. Se nos permitirmos, o autoconhecimento que nos proporciona
é infinito.
Esta é a vertente que agora
mais me estimula. Aliás, sempre foi o que mais me motivou. Usar a Dança
Oriental como uma ferramenta - poderosa - para um autoconhecimento profundo é,
diria, usar inteligência. Saber tirar partido de toda a complexidade física e
emocional que nos oferece é fazer terapia, essencial a todos.
Nem todos que praticam chegam a
esta conclusão ou veem na Dança esta possibilidade de desenvolvimento pessoal
ou até mesmo aceitam fazer este caminho. E não faz mal. Cada um decide o que
fazer com a Dança. Eu, continuo a querer desvendar os seus mistérios. Não me
canso dela e ela nunca desistiu de mim mesmo quando tentei "sabotar"
esta relação. Um dia chamou-me, entreguei-me e o amor (com toda a sua
complexidade) continua porque digo sempre: A Dança Oriental é para Todos mas
nem Todos são para a Dança Oriental.
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