Não é novidade que estive afastada de actuações durante os últimos três anos.Tive de o fazer.
Catorze anos de actividade intensa entre aulas, workshops, mentorias, espectaculos e atuações nos mais variados espaços, desfoca. E pior, há o perigo de nos tornamos máquinas. Chegou a um ponto que aquela vontade, estimulo e vigor tinham desaparecido... estava cansada, esgotada, sem a força que me caracteriza... física e psicologicamente. Parar, na altura, não me era opção (julgava eu) e assim a vida dá um twist obrigando-me mesmo a fazer uma pausa. Essa pausa tem o nome de maternidade. Gerei e criei a minha obra prima. E todo este tempo estive focada na minha pequena Raquel.
Catorze anos de actividade intensa entre aulas, workshops, mentorias, espectaculos e atuações nos mais variados espaços, desfoca. E pior, há o perigo de nos tornamos máquinas. Chegou a um ponto que aquela vontade, estimulo e vigor tinham desaparecido... estava cansada, esgotada, sem a força que me caracteriza... física e psicologicamente. Parar, na altura, não me era opção (julgava eu) e assim a vida dá um twist obrigando-me mesmo a fazer uma pausa. Essa pausa tem o nome de maternidade. Gerei e criei a minha obra prima. E todo este tempo estive focada na minha pequena Raquel.
Custou-me muito estar afastada mas, agora entendo que foi necessário. Tive o tempo e o espaço que precisava para pensar, ou melhor, sentir, qual seria o meu caminho na dança de entre tantos que hoje em dia o universo desta arte "permite". Depois de achar que nunca mais voltaria a dançar, dei por mim a ter saudades e a voltar a sentir a mesma vontade de quando comecei há quase 20 anos atras. Dei-me tempo para perceber o que me apetecia. Sem pressões ou obrigações. Aprendi a dizer não. Valorizei o sim. E, reforcei o saber dizer obrigado.
Depois destes três anos recolhida, no próximo dia 15 de Fevereiro, vou-me "estrear" no palco d`O VENTRE EM NÓS. E este não é um "palco" qualquer. É um espaço de partilha de muito mais que dança. É a partilha da essência desta dança, sem julgamentos, concorrência ou vaidades. Aqui escolhi mostrar um novo eu, renascida e, não é por acaso que a musica da minha primeira actuação é de uma banda que se chama (traduzindo) Revelação.
Vou partilhar este palco com uma colega especial. Ela acompanhou, mesmo de longe, esta "minha travessia no deserto". Soube respeitar os meus timings, pude sempre contar com a sua lealdade e amizade e que foi o que considero: uma amiga. É possível no meio das bailarinas haver respeito e admiração umas pelas outras. A Yolanda ensinou-me a não ter receio de ser mal interpretada ao mostrar isso.
Irei estar a dançar para e com mulheres que habitam no meu coração. E para, e com elas darei o meu melhor, sem esperar julgamentos mas espero inspirar. Dançarei também para a minha alma gémea, e para a minha obra prima e desses sim, espero sua admiração.
Este é o meu O VENTRE EM NÓS. Um espaço onde eu e a Yolanda criamos arte, potenciamos bailarinas e empoderamos mulheres. Tudo num ambiente acolhedor onde, tenho a certeza, a magia vai acontecer.
Esperamos por ti, este sábado às 19h30, no estúdio Pro.Dança em Lisboa.
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