Eu, não escolhi ser bailarina. A Dança me escolheu, disso, tenho a certeza. Nasci assim. Inquieta, criativa, intuitiva. Não gostava (não gosto) de falar, gosto de comunicar com o corpo. E é isso que a Dança é para mim: um dialogo. Mas há na nossa vida, momentos de recolhimento que convidam à introspecção. Eu estou nesse momento. Assim o intui, e como sempre, faço o que quero. Esta é uma das grandes lições que a Dança Oriental me ensinou: fazer respeitar a minha vontade. Depois de 15 anos de vida profissional intensa como bailarina, professora, etc... senti a necessidade de fazer uma pausa. Durante essa pausa nasceu a minha filha - a minha criação mais audaciosa e exigente - e com ela tudo mudou. O nosso corpo transformasse, a nossa mente ganha outras prioridades, o nosso espirito amadurece, o nosso ego arrefece. Hoje sou outra pessoa. Durante estes últimos (quase) três anos mantive-me quieta, observando e refletindo - e esta é outra grande lição que a D.O. me mostrou: OUVIR, VER...