Avançar para o conteúdo principal

Missão... Será que tenho alguma?

De uma coisa eu sei: que nada sei.
Aventurei-me como bailarina profissional de Dança Oriental com profundas convicções que - apesar de tudo - tento manter a todo o custo. Não me faria sentido ser ou agir de outra maneira.
Acredito que, uma bailarina tem de ter personalidade e carácter para conseguir passar alguma coisa ao seu publico e, mais importante, para ela mesma.
Acreditar e ouvir-se a si mesma - quando tudo e todos parecem girar ao contrário - é o grande desafio para manter uma carreira durante anos. Isso implica conhecermos-nos a fundo e aceitarmos-nos. E esta é para mim a grande vantagem quando se embarca a fundo nesta dança, como já escrevi em inúmeros postes anteriores.
Nunca segui e sei (uma das minhas convicções) que nunca seguirei modas, caminhos fáceis, e carneiradas. O óbvio nunca foi para mim óbvio. Simplesmente porque não sou assim... aprendi a pensar por mim e, a depender somente de mim para fazer o que me der na real gana. Esta atitude que me acompanha ao longo dos anos, deu-me, em inúmeras situações (senão em todas), coragem e força para subir em centenas de palcos, encantar milhares de pessoas e inspirar outras centenas de alunos com uma dança que posso dizer que tem a minha personalidade.
Confio em mim, mas a insegurança e a duvida é algo que me bate à porta constantemente. 
Que futuro terei nesta Dança? Que mais posso eu contribuir? Será que já não fiz tudo? Vale a pena continuar? Terei eu alguma missão?... Esta e muitas outras perguntas assombram a minha cabeça. 
Não procuro ser diferente nem original, procuro cada vez mais, autenticidade e profundidade.
Procuro, chegar - ainda mais- a públicos descrentes em relação à Dança Oriental, coisa que têm sido uma constante ao longos deste 11 anos.
Procuro paixão em tudo o que faço... será isso algum tipo de missão? Não sei... por agora só sei que:
Say Something, I´m Giving Up On You... Não poderia dizer melhor que as letras desta musica. 

De A Great Big World e Christina Aguilera
https://www.youtube.com/watch?v=BmErRm-vApI

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Depois de tantos anos a Dançar e a Leccionar, não estás cansada?

  Queres uma resposta sincera a esta última pergunta selecionada desta série? Estou. Mas isso não me impede - por enquanto - de continuar. Eu sou bailarina e professora por vocação. Desde que me lembro sempre foi o "meu sonho" ser bailarina. E sempre me vi a fazer isso. A vontade de ser professora veio mais tarde, já em adulta, com a necessidade de querer passar os meus conhecimentos e experiência a quem me procura. Percebi, cedo na vida, que não seria feliz nem realizada se, pelo menos, não tentasse seguir a minha vocação. Com coragem, determinação e muita "fé", arrisquei. E depois de tantos anos, apesar de tudo, continua a fazer-me sentido. E, quando algo é tão natural e intrínseco a nós, é difícil ignorar e, largar. Com isto, não quero dizer que foi ou é fácil. E hoje, digo: preferia não ter esta vocação... preferia ter tido a vocação para ser médica, ou advogada, ou até arquitecta... tudo teria sido tão mais fácil. Tão mais aceite. E tão mais reconhecido...

Diário de Uma Professora de Dança Oriental - #aula12

 Querido Diário: E, num “piscar de olhos” chegou a #aula12: última do 1º trimestre da época 24/25 e, também última deste ano 2024. E de tão descontraída, esta aula foi 5 estrelas... rimos, falámos, brincámos, desejámos as boas festas e claro... dançámos. Ao som de mais umas músicas de Natal, disfrutámos também da pequena coreografia sequencial onde trabalhámos - bastante para sedimentar - a técnica do tema deste último trimestre. Gosto de finalizar etapas. Encerrar ciclos para dar espaço a novos. Vem agora novo ano, novo trimestre e com eles novas etapas, aulas, desafios e superações. Acompanhada pelas alunas mais belas, tudo será mais... aconchegante e, embora ainda não tenha lido nenhuma previsão astrológica para 2025, disto eu tenho a certeza: Nada como um círculo fiel de mulheres para nos apoiar e alavancar. Se juntarmos a ele o ingrediente Dança então... o nível e poder desse círculo é outro.   E assim me despeço: Até para o Ano! Que neste caso é o mesmo q...

Diário de Uma Professora de Dança Oriental - #aula11

Querido Diário: Nesta altura, com este frio, custa iniciar qualquer actividade física... E, a Dança Oriental, com raiz nos países do Médio Oriente onde o calor é rei, custa a adaptar-se às temperaturas próprias desta época no nosso país. Nas aulas, agora, calçamos meias (várias), perneiras, leggins mais grossas e os tops passam a camisolas. Mas, à medida que a aula avança, vamos também despindo todas essas camadas. Porque dançar aquece. Não só o corpo mas, também, a Alma. E aquele frio do início rapidamente dá lugar a um calorzinho reconfortante. É muito bom sentir esta dinâmica. Acredito (e sei) que não aconteça só com a dança, mas, com toda a actividade física. Custa “arrancar” mas depois, sabe mesmo bem.   E assim foi uma aula... diria... 4 estrelas. Só não foi cinco estrelas porque o calorzinho  gerado durou só... uma hora... a hora da aula .