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Oh YEAH!... É bem verdade.
Não que finja ser forte. Eu sou. Todos somos. A vida assim o exige, exigiu-me desde que me lembre.
Ser artista/bailarina tem este lado de guerreira, de fortaleza a que habituamos os outros a ver-nos. Somos sim grandes lutadoras pelos sonhos que, os que nos rodeiam, acham loucura, puras ilusões. 
Mostro ser forte, emocionalmente inabalável mas... não consigo ser sempre, sou humana como todos.
Tenho sim inseguranças e medos como pessoa e bailarina só não deixo que eles comandam a minha vida. Não poderia ser de outra maneira afinal, sou uma artista, não vivo segundo a lógica e a razão.
Não sou complicada, sou complexa. Teimosa perante os desafios que, diariamente, se colocam no caminho que eu própria construo.
Mas isso não quer dizer que não me vá abaixo, que não chore e que, secretamente, desejasse ser e ter uma vida normal. Que não tenha sentimentos pessimistas e que não me abale com a falta de compaixão e consideração por quem me rodeia.
Certos pensamentos que passam pela minha cabeça às vezes assustam-me. Não é fácil ser a Sara Naadirah. E sou, grande parte do tempo sou só a Sara... frágil, carente e cansada de tanta luta quando a fé que depositam em mim é pouca.
Quando já ninguém acredita, quando já não encontro apoio em nada e em ninguém, quando já nada me inspira, só tenho uma solução: virar-me para dentro e encontrar na minha alma, a força que preciso para ter fé... em mim própria e na minha vida. 
Inspirar-me, Erguer-me, Apoiar-me, Lisongiar-me  tudo sozinha é dose... mas é o que é. Não é por acaso que a Dança Oriental é uma dança pessoal que tem este lado cruelmente solitário.
Acreditar em mim, na minha dança e na minha visão de vida  é que é o grande desafio... mais um para escrever na história da minha vida.

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