Já disse mil vezes e torno a dizer: dançar é mais que simplesmente despejar graciosos movimentos.
Ser bailarina é mais que um corpo em movimento... é ter a capacidade de querer "voar" sem rede, é nunca ficar acomodada no seu ego, é saber que tem um fogo dentro de si que nunca quererá sentir apagado. É sobretudo amar VIVER.
Na minha dança, está reflectido 33 anos de experiências.
Quando danço, não tenho máscaras, não represento. Mostro aquilo que sou e aquilo que sinto no momento. Não pretendo agradar multidões, nem públicos específicos. Sou antes de mais fiel a mim própria, e por isso enquanto danço, há numa "conversa" sincera numa linguagem universal com quem me assiste.
Transmito energia dançando e, quer sejam portugueses, egípcios, americanos, chineses, etc... são antes de mais seres humanos, raça a que pertenço e que sente - embora muitas vezes negue - essa energia.
Essa linguagem pura, simples e universal que vai muito além das demagogias se é egípcio, árabe, moderno, clássico, fusão... é dança. E é com a MINHA dança que consigo chegar à Alma de quem assiste como uma flecha de guerreiro.
Perguntam-me muitas vezes se a minha dança é coreografada. Não, não é! Não consigo coreografar-me... improviso, na dança e na Vida. Saboreando cada segundo, mesmo que nem todos os minutos sejam bons. Há horas terríveis que questionamos tudo e todos... faz parte da chama ardente de um bailarino, de um artista. Há dias frustrantes, como muitas vezes tenho performances que ME são uma desilusão, mas os anos têm sido fantásticos!
I`m on fire! Ontem, agora e espero sempre, só assim faz sentido dançar, viver.
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