Em todas as áreas temos sempre alguém que vemos como exemplo a seguir, alguém que nos mostra o quanto brilhante se pode ser. Na dança não é diferente e eu como todas as bailarinas tenho os meus exemplos preferidos.
Para mim, adoro a Dina e a Randa Kamel. São duas bailarinas extraordinárias, de estilos e técnica muito diferentes mas bem egípcias como eu gosto.
Começo com a Dina:
A Dina é a bailarina mais conceituada, no activo neste momento e já á alguns anos que tem o título de "estrela".
Todos no Cairo, fora e pelo mundo conhecem o seu nome e a sua dança. Uns adoram-na outros acham-na péssima, eu pessoalmente acho-a genuína.
Já tive o prazer de estar com ela em vários workshops e vê-la em shows. Desta última vez, no show que vi dela, tive a oportunidade de estar bem á frente e reparar como realmente sabe o que está a fazer.
Já com os seus quarentas e muitos está em excelente forma, melhor que muitas mais jovens, técnicamente não é muito forte, mas tudo o que faz, faz com uma intuição que me deixa deliciada. Bastante controvésia, muitas bailarinas detestam-na, dizem que não dança, só mostra o corpo em trajes ridículos e faz um descarado jogo de sedução com o publico masculino. De certa maneira é verdade, aparece muitas vezes com trajes que eu nunca usaria e já vi sim esse flirt que também acho pavoroso. Mas, também já a vi a dançar para um publico marioritáriamente de bailarinas e professores e digo-vos que foi maravilhoso, foi a única bailarina que me conseguiu emocionar e arrepiar o tempo todo.
Infelizmente é péssima professora, simplesmente não consegue ensinar... ela é bailarina e não professora. As suas coreografias só ela consegue executá-las não porque os movimentos são difíceis, mas porque a interpretação que faz da música é muito pessoal e ninguém consegue imitar, mas são nos workshops, sem maquilhagem, sem corpo á mostra, despenteada que se vê o quanto dança bem.
Adoro as suas explicações de como ouvir a música e adoro os seus ximys e como os aplica na música.
Não é por acaso que chegou onde chegou, pode ter sido por muitos meios, mas sabe mesmo dançar e emocionar quem a vê.
A Randa é de uma geração mais recente e uma brilhante bailarina. Muito diferente da Dina, ela conseguiu um lugar nas "mais conceituadas". Vingou pelo "ar fresco" que deu á dança num tempo que estava um pouco estagnada.
Tem uma técnica exemplar e fora do comum para uma egípcia (todos sabemos que as egipcias não desenvolvem muito a técnica) que funde com coreografias criativas e bem pensadas.
Ao contrário da Dina é uma excelente professora, consegue ensinar bastante bem e é com ela que aprendo variações técnicas muito interessante, postura de braços e como me deslocar em palco.
Os seus shows são brilhantes e divertidos mas de uma energia tão grande que chega a cansar. Também ela (como todas infelizmente para conseguirem sobreviver no meio) têm de fazer o joguinho sedutor mas tirando isso consegue-se ver dança e trabalho. Adoro!!!!
Para mim, a bailarina perfeita seria a junção destas duas: a técnica criativa com a genuína alma egípcia. E é com elas que mais tiro lições para construir o meu estilo, e que ajuda me têm dado.
Aconselho a todos a irem vê-las, ao vivo, serão surpreendidos.
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