Esta foi a pergunta que seleccionei, para este mês de Janeiro, entre as dezenas que me fazem no meu Instagram (@saranaadirah). Por aqui, respondo com mais pormenor.
Tu, que me estás a ler neste momento, de certeza que já te aconteceu um imprevisto nalguma actuação - de dança ou não - que já tenhas feito. Eu sei bem como é! Em mais de 20 anos em palco como bailarina profissional de Dança Oriental e, mais 20 anos como bailarina amadora de Ballet Clássico e outras danças, somam uma experiência de palco de 40 anos.
Como deves calcular, já me aconteceu de tudo um pouco. Desde o clássico soltar da parte de cima do traje ao típico escorregar em algo no palco e cair, desamparada, no chão. Ao "congelar" por me ter esquecido da coreografia ou ficar super nervosa porque a música para a meio.
É impossível correr tudo como imaginámos. Por mais planeamento, preparação e ensaios, percebi - com a experiência - que tem de haver uma margem para que tudo flua num ritmo que é impossível controlar. E aí está o segredo: já não tenho a expectativa que tudo correrá perfeitamente. E aceito. Porque dentro da perfeição há - e tem de haver - imperfeição.
Lidar com essa imperfeição exige que não dramatizes. Mas, acima de tudo, exige que saibas IMPROVISAR e VIVER O MOMENTO. Saber improvisar no momento que o imprevisto acontece é tão importante como a actuação em si. Saber resolver e seguir em frente. Sem pensar muito no assunto. Mas atenção: não confundir os imprevistos por falta de trabalho e preparação com os que, simplesmente, acontecem porque tudo pode mesmo acontecer. Se não te preparas, é muito mais provável que aconteça o que não esperas e aí, pode ser mais complicado ultrapassar. Por isso: faz o teu trabalho de casa. Improvisar requer confiança. E para ter confiança é preciso preparação.
Se eu gosto de imprevistos? Claro que não! Mas já deixei de me penalizar. Foco-me no que consigo controlar e sim, preparo-me bem. Faço muito bem o meu trabalho de casa. Depois, é improviso. Tando na Dança como na Vida. Há que ter "poder de encaixe" e muito "jogo de cintura" para que tudo, no final, saía numa perfeição, imperfeita. E é isso que vai dar autenticidade e glamour á tua dança.
Não te esqueças de gozar o momento. Diverte-te em palco. Deixa fluir. Sente o prazer e disfruta. Vais ver que os imprevistos serão menores e desvalorizados.
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