Todos nós temos momentos. Os
nossos momentos. Uns bons, uns maravilhosos, outros péssimos e muitos outros
que nem aquecem, nem arrefecem... Atrevo-me a dizer que a vida, e a vida de um
artista - inquieto e insatisfeito por natureza - é feita de momentos.
Eu, encaro-os como peças de um
puzzle gigante que ilustra a história da nossa vida. Peças essas que podem traduzir-se por
breves minutos, dias, talvez anos. E são eles que nos impactam, impulsionam e
ficam na memória.
Passo por vários momentos num
só dia. E não é fácil porque passo de um bom momento para um mau em segundos.
Com a maturidade, fui ganhando cada vez mais competências para saber geri-los
de forma a conseguir aproveitar ao máximo o bom momento, a não ficar de rastos
num mau momento e estar em paz nos tais momentos neutros. Conseguir equilíbrio
entre todos eles é, talvez, um desafio diário, uma busca de vida.
Nos bons momentos, é preciso identificá-los
e é preciso dar valor. Não os ter por garantidos. Tirar partido deles e
multiplicá-los. Nos maus... bom... aí é que é... ou desistimos, ou nos
desesperamos ou... aprendemos. Sim. Há momentos de pura desilusão e frustração...
mas quando assim é... aprendi a lidar com eles da seguinte forma:
1º - sei que é só um momento.
Passa. Porque nada é eterno. Permito-me senti-lo e vivê-lo. Sem culpas ou
tentar mudar. Estes momentos fazem parte desse tal puzzle que é a nossa vida.
Ignorar essas peças só vai fazer com que o puzzle fique incompleto e desequilibrado;
2º - Tento, sim, tento...
controlar as minhas emoções para não descontrolar as acções. E aqui está o meu
grande desafio porque sou de signo fogo com ascendente também fogo... e quando
começo a arder... é difícil controlar. O segredo está em deixar essas mesmas
emoções fluírem, como uma onda, não as contrariando. A onda vem, mas passa.
3º - Usar o que a dança mais me
ensinou: a INTUIÇÃO poderosa que tenho. Que todos temos. Aprendi a senti-la, a
ouvi-la e a não subestimá-la. E quando me sinto sem norte e sem estrelas para
me guiarem... falo com a minha intuição. E esta nunca me falhou. Até nos
momentos que parecia ter falhado.
Curiosamente, parece que são os piores
momentos que ganham mais relevância na nossa memória... Talvez porque são eles que implulsionam. Amadurecem. E afinal, talvez, não tenham sido tão maus... foram momentos que precisei de
vivê-los para ser quem sou hoje e agora, essas peças são as mais importantes de
todo o meu puzzle. As restantes preenchem e dão cor, mas são aquelas que
estruturam.
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