OS PENSAMENTOS DE UMA BAILARINA... Danças Que Dão um Blog

 Querido Diário: Quando temos AS pessoas ao nosso lado, tudo faz sentido. Não sei se essas pessoas são as certas, mas, são as que precisamos. E são essas as alunas que tenho tido ao longo de todos os anos. As que preciso. São elas que validam a minha dança. São elas que a impulsionam . São elas que a fazem crescer. São elas que não me fazem desistir e continuar a acreditar que é possível. Sem alunos, um bailarino é mais pobre. Até pode ter todos os aplausos do mundo, mas falta a amizade conquistada em cada aula. A relação construída em cada aprendizagem. Aquela conversa antes da aula... Aquela partilha sincera depois dela. Desengane-se quem pense que aulas de dança se limitam a aprender um amontoado de passos técnicos e cénicas coreografias. O que se gera numa aula é muito além... de toda a tua expectativa. E não é sobre aquilo que queres. É sobre que precisas. E muitas vezes, o que precisas é só que te arranquem um sorriso que descomprime e te alivia.   ...

Querido Diário: Repetir. Repetir. Repetir. Ouvir. Ouvir. Ouvir. Estruturar. Disciplinar. Praticar. Assim foi a #aula18. E foi 5 estrelas que nem dei pela hora passar e ficava mais uma hora a praticar. Há ideia que na Dança Oriental, os movimentos surgem intuitamente e que, ou se tem “jeito” e consegue-se quase à primeira ou então, não “vale a pena” tentar. Errado. Como qualquer dança, nesta, há técnica que tem de ser aprendida e depois, estruturada, aplicada e... praticada. Não uma, não duas, mas milhares de vezes. Não pela insistência forçada, mas pelo prazer em exercitar o corpo, desafiando-o a sair da sua zona de conforto. É possível, com trabalho, empenho, dedicação e uma boa orientação, qualquer pessoa aprender a  dançar e fazê-lo bem. Com jeito ou sem jeito - que para mim isso não existe - com talento ou sem talento, TODOS têm de passar pelo processo de conseguir ultrapassar o que achavam ser impossível. Na Dança e... Na Vida.

 Querido Diário: Habituada a tudo estruturado e coreografado, a D.O. mostrou-me algo que achava ser impossível em dança: Improvisar. Abriu-se-me assim um mundo de possibilidades onde a criatividade não obedecia a regras. Pelo contrário, desconstruí-as. Mas, percebi também, que para uma boa e eficaz Improvisação, seria preciso a tal estrutura e, fundamentalmente, prática. Prática no treino técnico. Prática na coreografia. Prática em ouvir. Prática em repetir, e repetir e voltar a repetir. Sem uma prática constante, consistente e bem orientada, não é possível conseguir Improvisar em dança. Podemos achar que basta colocar uma música e “simplesmente” mexermo-nos. Mas isso não é Dançar. É Movimentar. Porque antes da desconstrução de toda a técnica coreográfica para Improvisar, vem o domínio dessa mesma técnica. E, isso só se consegue com a tal prática.   É o que estamos a fazer nas aulas: Praticar o Ouvir; o Repetir; o Coreografar para depois desconstruir tu...

 Querido Diário: Desde o primeiro momento que tomei contacto com a Dança Oriental, senti o seu enorme potencial. Vi beleza, leveza, atitude, arte. A sua melodia encantou-me e assim de repente, comecei a praticar. Já lá vão mais de 23 anos e ainda me lembro desse primeiro contacto. Mas, muito provavelmente influenciada pelo meu forte historial académico com o Ballet Clássico, percebi rapidamente que haviam lacunas na minha (curta) aprendizagem na D.O... Faltava disciplina, estrutura e técnica. Então, por minha iniciativa, fui à procura para complementar a minha formação. Pela observação, atenção, inteligência e forte sentido crítico (essenciais a qualquer bailarina que se queira profissionalizar) e, juntando muita resiliência e DISCIPLINA, desenvolvi uma estrutura baseada no vocabulário técnico que identifiquei em todas as professoras que me fui cruzando. Essa, acabou por ser a minha assinatura a actuar e o meu MÉTODO a ensinar. E é esse método estruturado, com um claro vocabul...