Avançar para o conteúdo principal

Mensagens

A mostrar mensagens de 2025

Diário de Uma Professora de Dança Oriental - #aula36

 Querido Diário, E “just like that” entrei em contagem decrescente para o final desta época lectiva. Aconteceu a antepenúltima aula e senti nela um acumular de todos estes meses. Acusei já algum cansaço e nas alunas também. Completamente normal para esta altura do ano. Confesso que, mais do que descansar, preciso de sair da minha rotina. Não ter horários nem compromissos. Preciso de me afastar. De acalmar. Acho que a sensação é geral. Já temos os meses de Verão programados e só já pensamos em praia, mar e boa comida. Pelo menos, é o que eu penso. Mas, há que finalizar. Há que terminar com o mesmo cuidado com que se começou e assim, estas últimas aulas são descontraídas, mas autenticas. Leves, mas com rigor. Vai-se com preguiça, mas sai-se com o sentido de “dever cumprido”. Porque, acredito no que sempre ouvi: o mais importante não é como se começa, mas  como acaba. No Palco e na Vida.

Diário de Uma Professora de Dança Oriental - #aula35

 Querido Diário, #aula35 e foi uma aula 5 estrelas. Sim. Têm sido quase todas assim esta época lectiva. Digo e repito: é um privilégio ser professora de D.O. m as, também uma responsabilidade. Um compromisso comigo própria que sinto desde a primeira aula que dei. Como não sei quando vai ser a última - porque sei que um dia haverá uma última - aproveito cada momento, cada movimento, cada dança, cada conversa. Uma escolha consciente que adotei para esta época. Minutos antes da aula de ontem, sentia-me casada, em défice de sono, sem vontade, sem criatividade ao ponto de a minha filha, vendo o meu estado de espírito, sugeriu-me cancelar a aula. Explico-lhe que o compromisso e o dever são maiores. São nestes momentos que a disciplina opera e aula acontece. Aos poucos, o poder transformador da dança faz a sua magia e, o convívio no círculo de mulheres que se gere também faz a sua. No final, valeu e , vale sempre a pena.   Mais uma vez, digo e repito: a dança ...

Diário de Uma Professora de Dança Oriental - #aula34

 Querido Diário, Foi no passado sábado que aconteceu a terceira aula presencial (e última) desta época lectiva. Estas aulas extraordinárias são importantes. Essenciais para podermo-nos conectar sem o filtro do OnLine. Como já tinha dito anteriormente, por uma questão prática - e não só - as aulas online são eficazes e resultam mas, nada substitui o estar, o “olho no olho”, o toque, o sentir no presencial. O ser humano é um bicho social que precisa desta troca energética e, na dança é fundamental. Por isso, estas aulas esporádicas tornaram-se um encontro ainda mais especial. Porque ali, naquele espaço seguro, aproveitamos ao máximo cada momento. Cada riso. Cada movimento. Cada silêncio reflectido num olhar. Cada palavra traduzida numa dança. Saímos com a alma leve. Com a sensação que valeu cada minuto. Nestas aulas, faço questão de levar a minha filha, que vê e aprende, sem pressões ou espectativas, a minha arte. Assiste ao respeito que nutro pelas alunas neste ...

Diário de Uma Professora de Dança Oriental - #aula33

 Querido Diário, O nosso estado de espírito influencia a qualidade da nossa dança. Sempre senti isso. Junho, sol, feiras populares é sinónimo de boa disposição que se reflecte logo na dança. Foi nesse espírito que aconteceu a #aula33 e foi uma aula 5 estrelas. Houve disponibilidade para a criatividade onde a Improvisação - com método - foi rainha. É impressionante como é na prática que se consegue (também) os resultados. Com regularidade nas aulas, as alunas estão cada vez mais, à vontade para Improvisar e, a fazê-lo bem. Como já disse várias vezes, Improvisar custa. Não é algo óbvio ou intuitivo. Não basta ter talento. Tem de haver investimento de tempo a ir às aulas. Disciplina para cumprir um método de trabalho técnico e, muita vontade. De superar desafios, metas e até, crenças.   Segue-se, uma aula presencial... estou ansiosa para estar com as alunas e partilhar energias e claro, dança... muita dança. Depois conto-vos tudo!

Diário de Uma Professora de Dança Oriental - #aula32

 Querido Diário, E chegámos ao final do mês de Maio e a #aula32 acontece numa data muito particular para mim... Foi o dia que comemorei 18 anos de casamento. Sim. 18 anos. Enquanto dava a aula - online, no meu estúdio em casa - o meu marido cuidava e, preparava algo especial e diferente para nós usufruirmos depois da aula terminar e a filhota dormir. A presença e o incentivo por quem nos conhece e acompanha é fundamental no sucesso de quem escolhe uma vida artística. De uma maneira diferente de há mais de 20 anos atrás, hoje, o meu também marido, continua a respeitar e a apoiar o meu percurso que é muito mais do que se vê nos “palcos”. Os bastidores deles são de uma brutalidade inexplicável que só quem os vive sabe. E o meu companheiro de há 25 anos, sabe. Ele vive, e viveu, todos estes espaços e momentos comigo. Todos os altos e baixos. Para bem e para o mal. Talvez seja isso que é verdadeiramente um casamento. Na festa, precisamente há 18 anos atrás, dancei... e o...

Diário de Uma Professora de Dança Oriental - #aula31

  Querido Diário, #aula31... e faltam poucas para o final desta época lectiva. Confesso que de repente, dei-me conta que praticamente, metade do ano já aconteceu... Passou tão rápido, mas ao mesmo tempo, lento demais. Estou naquela fase que a impaciência toma lugar e, se por um lado, desejo as férias para me iludir que não tenho nada para fazer, por outro, sinto que não fiz nada e ainda está tudo em aberto. Não sei se é cansaço ou carência de sol mas a inspiração falha-me e a capacidade de decisão e foco também. Tenho de aprender a confiar e a largar, diz o meu coração. Que por vezes, não está nas minhas mãos fazer tudo. Produzir tudo. Manejar tudo. Deixar ir... como na Improvisação... Simplesmente fechar os olhos e sentir. Reagir. Só depois pensar. Sem tentar controlar. É um dos exercícios mais difíceis que proponho nas minh as aulas e esta última, foi sobre isso.   Na Dança e na Vida... nunca esta verdade foi tão real como agora.

Diário de Uma Professora de Dança Oriental - #aula30

 Querido Diário, A #aula30 correu normalmente. Houve lugar para convívio, partilha e claro, dança onde a liberdade para Improvisar, reinou. É muito bom sentir que, de alguma maneira, acrescento valor através da dança, em aulas onde entrego tudo de mim. Sentir o retorno caloroso deste grupo de alunas tem sido uma bênção . Como professora, preciso desse acolhimento. Não a toda a hora, mas de vez em quando para compensar os momentos que nem sempre foram assim. Porque houve e há momentos onde - e acredito que todas as bailarinas e professoras de dança já passaram por isso - somos dispensadas , sem piedade. E este é um dos aspectos mais sombrios desta profissão, que logo no início da carreira e desde então, tive de saber lidar embora me magoe todas as vezes: tão depressa somos indispensáveis como, na mesma proporção , nos descartam . O caminho da Dança faz-me ir ao encontro da minha melhor versão. E nesse caminho, tantas vezes fui ao paraíso como ao inferno. Mas os...

Diário de Uma Professora de Dança Oriental - #aula29

 Querido Diário: O mês Maio está instalado e com ele, vem luz até mais tarde e já um leve cheirinho a praia. Gosto muito desta época do ano porque traz também mais vitalidade, algo que se reflete directamente nas aulas. Estas tornam-se mais leves e com uma eficácia muito peculiar. Sob o tema: A Criatividade na Improvisação, a #aula29 correu como o mês de Maio, leve, mas com método. Sempre com método. Estimular para a criatividade exige da minha parte rigor e responsabilidade e da parte da aluna, trabalho. Em ouvir, interiorizar, perceber o que lhe serve e fazer. Explorar muito. É um outro trabalho técnico. Mais abstrato mas, essencial para que técnica visível , brilhe. No fundo, é comunicar com movimento. E aprender a saber o que comunicar.   Bora lá aproveitar este mês, ainda calmo. De seguida vem a folia dos Santos Populares e as jantaradas até tarde. E daqui a nada, é Verão.

Diário de Uma Professora de Dança Oriental - #aula28

Querido Diário: Improvisar na Dança Oriental é um desafio. Não é óbvio. Não é imediato. Não é simples. Mas é empoderador. Habitua-nos a lidar com o inesperado e a estar no presente. Todo o caminho de Improviso que tenho feito na Dança, tem-me orientado na Vida, e essa talvez, seja a maior dádiva que levo da Dança Oriental. O apagão que aconteceu na passada segunda feira, lembrou-me disso mesmo. A rapidez com que me adapto, a focagem no essencial e a agilidade que ganhei no imprevisto, sem espaço para “drama”, foi graças às centenas de atuações e aulas que dou e dei no Improviso. Passar este testemunho para quem me segue e aprende comigo é-me essencial. É esse o meu legado e o que me faz sentido. Porque só assim, ganha-se autonomia e, melhor, autenticidade. Na Dança e na Vida.   A aula#28 aconteceu com a luz maravilhosa do pôr do sol e a fazer esse caminho de autodescoberta ,  no Dia Mundial da Dança. Claro que foi 5 estrelas.

Diário de Uma Professora de Dança Oriental - #aula27

 Querido Diário: Depois de uma breve pausa,   aconteceu a #aula27 e a primeira do 3ºtrimestre. Depois de colocarmos a conversa em dia - reservo sempre um pouquinho de tempo no início aula para isso mesmo - introduzo o grande tema dos próximos meses: ABC da Criatividade na IMPROVISAÇÃO. Nunca escondi que, para mim, a Improvisação na Dança Oriental é essencial. Não me faz sentido ser de outra forma e, a meu ver, as mais belas coreografias nascem da capacidade de Improviso de cada bailarina. É a essência desta dança. Mas, Improvisar exige: método, disciplina e capacidade de superação. Porque tira-nos da nossa zona de conforto e coloca-nos à prova. Todo o processo é muito intenso e desafiante a quem se dispõe de corpo e alma. E, os resultados podem ser surpreendentemente enriquecedores.   Bora lá Improvisar... vais ser mesmo interessante!

Diário de Uma Professora de Dança Oriental - #aula26

  Querido Diário: Última aula do 2ºtrimestre e foi um trimestre 5 estrelas!!! As alunas raramente faltaram mantendo assim a regularidade que peço no início de cada época lectiva. Como disse na aula anterior: os resultados são visíveis . E elas sentem isso. Prova-se assim, o que digo há anos: não é preciso ter todo o tempo doo mundo para a Dança Oriental... o que é preciso é um compromisso com o que for possível a cada uma. E, nesse possível, não falhar. É na consistência que se se consegue ultrapassar desafios e é na regularidade que se supera dificuldades que todos os estilos de dança têm. Desafio superado em relação à matéria proposta, onde houve um claro “ clímax ” da mesma, segue-se o, degrau acima, e assim se evolui naturalmente e sem pressões na D.O. Depois da Páscoa , começa o 3ºtrimeste desta época 24/25 com a matéria que mais gosto mas, a meu ver, a mais desafiante: ABC da Criatividade na Improvisação.   Depois de termos estado a praticar, inc...

Diário de Uma Professora de Dança Oriental - #aula25

 Querido Diário: Chagámos à penúltima aula deste - longo - 2ºtrimestre. A #aula25 acontece já com o olho na pausa da Páscoa que irá haver em breve e por isso, foi uma aula mais focada na consolidação da matéria toda trabalhada durante este período. Praticámos incansavelmente ao som de uma música de percussão, uma coreografia, criada por todas nós. Nela, estimulámos a criatividade onde aprenderam a ouvir mais detalhadamente a música e como esta, inspira na criação de sequências coreográficas. Batalhámos técnica avançada onde o movimento isolado já não faz mais sentido e é num “todo” que a fluidez e dinâmica surge. Estamos agora, também, a usufruir de toda a disciplina que cada uma teve nas aulas, cumprindo a regularidade e superando cada momento, mesmo nos dias mais difíceis e frustrantes. E os resultados são visíveis. Mas esses resultados não apareceram “por artes mágicas” ou só por talento ou jeito, como queiram chamar... Não!   Os resultados aparecem porque...

Diário de Uma Professora de Dança Oriental - #aula24

  Querido Diário: E, depois da tempestade, a Primavera - finalmente - apareceu. Estou ansiosa pela mudança da hora para a aula acontecer ainda com luz. Adoro dançar ao anoitecer com o pôr do sol como pano de fundo. Dá outra energia e renova a disposição. Porque #aula23 começou com neura... sem ver “luz ao fundo do túnel” e a tomar decisões minutos antes que custam mas têm de ser feitas. Toda a mudança de ciclo é dolorosa. Mas, o não saber o que virá... é pior ainda. São nestes momentos em que minha mente está sobrecarregada a fazer muito barulho e que só me apetece “desligar” que me disciplino a manter a rotina de treino físico e, claro - porque há também um compromisso - as aulas que dou. As alunas merecem o meu melhor, independentemente das “neuras” da vida. Mas, é aqui que a Dança faz a sua magia. Sei, por experiência de outras fases que, até pode custar - muito - começar, mas depois a Dança faz o seu trabalho terapêutico em nós. Não que nos resolva os problemas, m...

Diário de Uma Professora de Dança Oriental - #aula23

 Querido Diário: A #aula23 foi presencial. Pelo menos, uma vez por trimestre acontece uma aula extra presencial no meio de todas as outras online. É importante. Aproxima-nos sem filtros ou barreiras. A presença física é fundamental para o sucesso da aprendizagem, mas também para a relação de amizade e partilha que se constrói nas aulas. Há trocas de energias que só com o toque é possível. Esta aula foi ainda mais especial porque levei a minha filha a assistir e, consequentemente, acabou a fazer um pouquinho. Não é a primeira vez que a Raquel me vê a dar aulas... aliás , ela é uma das minhas alunas de Dança Criativa que dou à turma dela na escola, por isso, está habituada ao meu ensino e estilo. Naturalmente, a música não lhe é estranha e os movimentos também não .... Há uma sensação de orgulho em senti-la perto de mim a ver-me fazer uma das coisas que mais me dá prazer: ensinar como a dança - seja ela Oriental ou Criativa - pode potenciar talentos e desenvolver uma linguage...

Diário de Uma Professora de Dança Oriental - #aula22

 Querido Diário: Se há coisa que me deixa mesmo irritada, é quando acontecem imprevistos de última hora que comprometem condições mínimas para dar uma aula. E, na #aula22, isso aconteceu. Minutos antes de “me ligar”, a câmara decide não colaborar e não conecta para seguir o online. Fico possessa. Se há coisa me desorienta profundamente é algo que não domino ou controlo e a tecnologia , sempre foi o meu “calcanhar de Aquiles”. Respiro fundo. Rapidamente percebo que não vale a pena contrariar o que não controlo. E, faço o que faço sempre: passo para o improviso. O importante é seguir com a aula -The Show Must Go On - com o que tiver à disposição. Resolvo o melhor que consigo e a aula segue. Mas, a irritação permanece ainda mais um pouco... detesto dar aula assim: stressada e irritada... Gosto de usufruir e dar o meu melhor àquelas alunas que tiram do seu tempo para aprender comigo e ontem, não consegui  melhor... E por isso, senti que foi uma aula 2 es...

Diário de Uma Professora de Dança Oriental - #aula21

 Querido Diário: A aula desta semana teve sabor a Carnaval e com um pouquinho de “samba no pé”. Aconteceu logo pela manhã e que bem que soube! Poder acordar com calma e começar o dia a dançar é um luxo. Nem todos podem e nem todos querem... Confesso que sou uma pessoa noturna, mas, forço-me a fazer algum exercício regular pela manhã e sempre que é possível, dou também aulas. Ao início custou-me, mas depois, habituei-me. Não só desperta o corpo, mas, e principalmente, alimenta (e bem) a alma. Sinto que fico nutrida para o resto do dia, com mais energia, com melhor humor e sem sentir tanto dramatismo. Dançar pode não curar depressões, mas (e disto tenho a certeza) Alivia, Descomprime, Descomplica. Dá outra perspetiva . Mostra que é possível superar Dor, Desanimo, Solidão.   Dançar pode funcionar como antidepressivo natural que está ao alcance de todos. Usa e Abusa. Seja de manhã, à tarde ou à noite. Samba ou Dança Oriental... o importante é Dan...

Diário de Uma Professora de Dança Oriental - #aula20

 Querido Diário: Quando temos AS pessoas ao nosso lado, tudo faz sentido. Não sei se essas pessoas são as certas, mas, são as que precisamos. E são essas as alunas que tenho tido ao longo de todos os anos. As que preciso. São elas que validam a minha dança. São elas que a impulsionam . São elas que a fazem crescer. São elas que não me fazem desistir e continuar a acreditar que é possível. Sem alunos, um bailarino é mais pobre. Até pode ter todos os aplausos do mundo, mas falta a amizade conquistada em cada aula. A relação construída em cada aprendizagem. Aquela conversa antes da aula... Aquela partilha sincera depois dela. Desengane-se quem pense que aulas de dança se limitam a aprender um amontoado de passos técnicos e cénicas coreografias. O que se gera numa aula é muito além... de toda a tua expectativa. E não é sobre aquilo que queres. É sobre que precisas. E muitas vezes, o que precisas é só que te arranquem um sorriso que descomprime e te alivia.   ...