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Mensagens

A mostrar mensagens de 2022

Feliz Ano Novo... Será?

Esta é a pergunta para um milhão... Por tradição (e necessidade) desejamos um Feliz Ano Novo, na esperança que esse novo seja melhor que o anterior. P or defeito, lembramo-nos mais do mau do ano que finda não dando muito valor ao bom que aconteceu. Como seres dramáticos que naturalmente somos, o secreto desejo desse "Feliz Ano Novo" é, sobretudo uma mensagem direcionada para a própria pessoa e, nada mais é que tentar apagar o péssimo por "artes mágicas" a ver se, finalmente, o milagre acontece. O difícil é saber qual é esse milagre que queremos para a nossa vida... se te perguntar, sabes qual é?... 2022, para mim, nem foi frio nem foi quente. Foi morno. E eu detesto coisas mornas. Coisas assim assim. Pela metade. Sem caracter. Personalidade. Que não me façam vibrar. Que não me queimem ou me gelem. Odeio os tons de cinzento. Para mim, ou é preto ou é branco. Preciso de sentir. O tudo ou nada. Sim, sou radical. Por isso, QUERO... não desejo... QUERO que o próx

A Dança Oriental e a AutoEstima

 A Autoestima, é um tema complexo. Não sou psicóloga, nem coach, nem especialista mas, depois de duas décadas a lidar com (maioritariamente) milhares de mulheres, dá-me aqui alguma margem para expressar uma opinião. Acredito - até pelo que tenho observado da minha filha que acompanho desde o seu primeiro momento de vida - não nascemos com "autoestima". Somos uma "tela em branco" onde construímo-la desde o nosso primeiro minuto. Muitos são os factores que contribuem e muito se fala sobre o papel da Dança Oriental na nossa Autoestima. Desde que danço que oiço dizerem: "vem dançar que isso fará com que ganhes autoestima", como se de um milagre se tratasse. Será?! Como sempre, vou ser directa: Sabes o que é que a Dança Oriental faz pela tua Autoestima? NADA. Mas, é na maneira como que encaras a Dança Oriental que vai fazer toda a diferença. Vamos lá ver:  Não é por achares piada (porque ainda é vista por muitos como uma dança exótica e sensual) e aprenderes un

Quase, Quase...

Quase, quase a completar mais um ano de vida. A caminho dos 43 anos. Nem acredito. 43... e que orgulho tenho neles. Sim. olhando para trás, não me arrependo de nada. Até daquilo que, na altura, me pareceu mau ou más escolhas. Hoje percebo o porquê e como tudo fez - e faz - sentido. Continuo, obcecadamente, no comando da minha vida e, orgulhosa a escrever a minha história. Este foi o ano calmo e introspectivo onde a Sara Macedo e a Sara Naadirah se fundiram somente na SARA.  Durante anos fui só a Sara Macedo, a tentar encontrar a minha identidade e lugar no mundo. Depois, veio a Sara Naadirah, completamente leoa, a assumir a minha missão e dança. Agora, encontro somente a SARA, o equilíbrio entre as duas. Equilíbrio esse que estou a construí-lo a pulso através de estratégias para um autoconhecimento profundo. Doloroso por vezes, mas, reconfortante e apaziguante noutras tantas que me faz (re)conhecer-me de uma maneira completamente nova.  Este também foi o ano de confirmação de algo que

Ser Livre

Este post serve-me como uma reflexão pessoal que partilho convosco. Há dias li esta frase: "A liberdade ofende porque é como um espelho reflectindo todas as prisões que a gente vive." Autor desconheço. Verdade... e não consigo perceber - ou melhor consigo - porque é que a liberdade de uns, chateia tanto outros. Mas, pensei também: e quem é que fica mais incomodado, o que exerce a liberdade ou quem a assiste?....  Pensando bem, dei por mim a dar-me conta que, muitas vezes (vezes demais), senti necessidade de pedir desculpa por fazer exercer as minhas escolhas, decisões, vontades... a minha liberdade. E, aposto que muitas de vocês que me estão a ler, também já sentiram isso. Estranho, não é?!... Parece que ficamos constrangidas por fazermos o que nos apetece. Porque sentimos que ofende. Porque parece que não é suposto. Parece errado. Muito mais sendo mulher... uma mulher livre, parece que ofende muito mais... Claro que estou a falar de uma liberdade com responsabilidade. Com bo

Ronin

Ronin, é um termo japonês que quer dizer "samurai (guerreiro) sem mestre".  Quando percebi o significado desta palavra, anos atrás, identifiquei-me. Muitos mestres passam na minha vida, mas, não me agarro a nenhum... E na Dança Oriental não foi exceção. Cedo fiquei sem "mestre". E rapidamente tive de me desenrascar sozinha. Nada que já não estivesse habituada, mas... refletindo, em retrospetiva, foi duro e custou-me não ter tido apoio. Segui em frente. E o meu caminho como Ronin nunca me deixou mal. Pelo contrário. Sou o que sou e tudo que conquistei foi graças a mim, ao meu esforço, experiências e visão. E muito orgulho tenho nisso.  Claro que é muito bom ter pessoas que nos inspiram à nossa volta. Que nos ajudem e até mesmo nos orientem. Há no ser humano uma necessidade primitiva de pertencer a algo ou a uma comunidade. Somos animais sociais. Interativos. E todas as pessoas que passaram e continuam a passar na minha vida, deixam o seu impacto. E gosto disso. M

Esta Dança...

Comecei a aprender Dança Oriental por curiosidade quase instintivamente como se algo, maior, me chama-se. A música enfeitiçou-me com os seus sons e os movimentos seduziram-me logo na primeira aula. Mas, quando comecei a praticá-la, estava longe de saber o quanto esta dança mudaria a minha vida. Mal sabia que naquele primeiro momento, tinha iniciado a viagem ao meu centro. Ao encontro da minha Alma. A paixão que surgiu logo de início intensificou-se e ao longo do tempo transformou-se numa relação de amor. Hoje sei, que esta Dança o que tem de encantamento também tem de mistério e, quanto mais aprofundo, mais descubro. O conhecimento técnico é uma constante que parece não ter fim. O poder da música árabe é transformador. Mas é no desafio emocional que esta Dança apresenta o seu maior trunfo. O caminho da Dança Oriental é mágico. Se nos permitirmos, o autoconhecimento que nos proporciona é infinito.  Esta é a vertente que agora mais me estimula. Aliás, sempre foi o que mais me motivou

Até me ri...

No outro dia, ao assistir uma live (directo), que nada tinha haver sobre dança, duas das perguntas que foram feitas ao mulherio que ali estava a ouvir foram: de que forma tu te sentes bonita e de que forma descontrais? Sabem qual foi a esmagadora maioria das respostas?  Pois é.… responderam que se sentem atraentes e descontraem a... dançar. Que ADORAM dançar. Que o que lhes dá mais prazer é dançar!!! Até me ri. Porque, pensei logo: "se as pessoas que usam a dança como forma de descompressão tivessem aulas... teriam muito mais proveito. Se cada mulher que se sente empoderada a dançar, aprofundasse conhecimento técnico de determinada dança... imaginem o poder que teria. Felizmente que dançam!!! Mas, infelizmente, há pouco investimento pessoal e vontade de aprender efectivamente a dançar. Há sempre o mito do "eu não tenho jeito", ou o clássico: "não tenho corpo para isso" ou o que mais me irrita: “não tenho tempo"...  Se elas soubessem... que não precisam de

Nos Dias Difíceis...

Na generalidade, pensa-se que um artista é alguém meio louco e esquisito. Que tem as suas regras e vive no seu mundo. É sempre criativo e está sempre bem. Que vive do ar... de graça ou de favores. Mas digo-vos, um artista, é uma pessoa como todas as outras. Talvez mais intuitivo ou mais sensível. Talvez mais introvertido ou muito extrovertido. Talvez não tenha receio de viver segundo valores esquecidos. Mas é uma pessoa. Que também tem os seus dias e momentos. Onde, grande parte das vezes, só a sua arte não basta, mas pode ser o suficiente para não desmoronar de vez e continuar. Vivo. Como bailarina, revejo-me e poucos são aqueles que têm acesso ao outro lado de um artista. O seu lado sombra como costumo dizer. Normalmente só o veem através da sua Arte, mas poucos são os que  acompanham, entendem e apoiam ou veem o seu lado sombra.  Eu admito que é sou frágil. Não sou a supermulher. E como toda a gente, tenho dias difíceis. E mesmo nesses dias, escolho o meu lenço para a anca e, bora l

Manias de "Diva"

Como artista que sou, é meu desejo espalhar arte. Como bailarina, não só adoro, mas também tenho necessidade de mostrar a minha dança. Mostro-a há 20 anos. Tenho o privilégio de já ter pisado os mais variados palcos, divididos por espectáculos, eventos e momentos também nos mais variados ambientes.  Somadas, já actuei para milhares de pessoas ao longo dos anos. Tive públicos fantásticos, outros nem por isso, uns assim assim, mas sei que houve quem eu "toquei" de tal maneira que se comoveu. Gosto de audiências céticas mas que no final do espectáculo se rendem. Adorei dançar para o meu marido no nosso casamento, amo dançar para as alunas e mais recentemente fico emocionada sempre que vejo a minha filha a assistir-me. São vinte anos de muitos bastidores, nervos, expectativas, imprevistos e muito, muito divertimento. Não me arrependo de nenhuma dança que fiz e guardo com carinho cada actuação. Eu ADORO o palco e tudo que o envolve. Mas... repito: são muitos anos de estrada... e

O Retorno

Muitas alunas chegam-me, com a ideia - errada, mas enraizada - que a Dança Oriental é instantânea e imediata. Que basta copiar uns "truques" nas mais diversas plataformas digitais ou ter umas aulinhas esporádicas e assim, por artes mágicas, estão a dançar. Só que não. Até podem aprender alguns movimentos e copiar algumas sequências ou coreografias, mas ficam com pouca (ou nenhuma) noção do que realmente estão a fazer e depressa se frustram, desmotivam e desistem. Não adquirem verdadeiro conhecimento e, sinceramente: ter jeito, saber fazer alguns movimentos e vestir um traje (por mais glamoroso que seja) não te torna bailarina. Lamento ser assim tão directa. Mas é a verdade. O que te torna bailarina não é a tua vontade, talento, técnica, corpo, tempo, actuações, trajes, etc... o que te torna bailarina é o compromisso intimo que fazes com a dança.  E é isso que falta a tantas alunas: compromisso. Porque: A Dança devolve na mesma proporção que lhe dedicas. Repito: A Dança devolv

Nesses Momentos

Todos nós temos momentos. Os nossos momentos. Uns bons, uns maravilhosos, outros péssimos e muitos outros que nem aquecem, nem arrefecem... Atrevo-me a dizer que a vida, e a vida de um artista - inquieto e insatisfeito por natureza - é feita de momentos.  Eu, encaro-os como peças de um puzzle gigante que ilustra a história da nossa vida. Peças essas que podem traduzir-se por breves minutos, dias, talvez anos. E são eles que nos impactam, impulsionam e ficam na memória. Passo por vários momentos num só dia. E não é fácil porque passo de um bom momento para um mau em segundos. Com a maturidade, fui ganhando cada vez mais competências para saber geri-los de forma a conseguir aproveitar ao máximo o bom momento, a não ficar de rastos num mau momento e estar em paz nos tais momentos neutros. Conseguir equilíbrio entre todos eles é, talvez, um desafio diário, uma busca de vida. Nos bons momentos, é preciso identificá-los e é preciso dar valor. Não os ter por garantidos. Tirar partido deles e

About Last Show

Alma do Oriente...  Meditei muito sobre o tema quando me preparava para este espectáculo. Alma do Oriente... o que significaria, o impacto que teria, a importância que iria ter. Senti o peso da responsabilidade. Não só porque tinha sido um convite de alguém (muito) especial, não só porque iria ter dezenas de alunas de olhos postos em mim, não só porque retornaria ao palco depois de tanto tempo, mas - também - porque, e mais uma vez, seria uma oportunidade de mostrar o melhor e o quanto a Dança Oriental merece ser respeitada como uma forma de Arte igual a todas as outras danças. Sim. Cada vez que piso o palco, sei que tenho o dever de "educar" o publico que assiste. Dignificar e dar a conhecer a D.O. é e continua a ser uma das minhas grandes missões. Embora o publico já esteja mais sensibilizado e interessado, o caminho ainda é longo... não é fácil conquistar e fidelizar público para assistir a espectáculos de dança... muito menos para assistir a um só dedicado à D.O.  As músi

Eu Sabia...

Sempre soube. Algo em mim me dizia. Sentia, mesmo quando tentava silenciar. Esperava a oportunidade certa. E o momento chegou. Seis anos depois. Sim, já não piso um palco há 6 anos... Sim, fui fazendo pequenas actuações em ambientes informais e reservados mas, palco mesmo, aquele que toda a bailarina ambiciona, será agora. Confesso que, se durante algum tempo não tive vontade, estava cansada, desmotivada, agora sinto falta. Tenho saudades. Mas soube dar o meu tempo. Deixei que a adrenalina voltasse, lentamente, para querer pisá-lo de novo. Não forcei. Não desesperei. Eu sabia que voltaria ao palco. No momento certo, voltaria a actuar. Não adianta eu negar... desde pequena que vejo o palco como uma segunda casa (a primeira são os estúdios de dança) porque desde pequena que o piso. E são de lá que guardo partes das melhores memorias que tenho da minha infância e adolescência. Confesso que estou estranhamente calma. Ansiosa, mas calma. Talvez pelo facto de ter a certeza das minhas escolha