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A mostrar mensagens de 2020

Pergunta 15 - Qual o teu balanço deste ano?

E assim chegamos à última pergunta desta série Tu Perguntas / Eu Respondo e, ao final deste ano... e que ano... Óbvio que foi um ano atípico onde o mundo se virou de cabeça para baixo. O planeta deu-nos um abanam. A natureza reagiu à nossa inconsciência. O ser humano viu-se "à rasca". Não preciso de dizer que foi um ano desafiante que levou muitos ao limite. Tirar-nos o tapete assim, de repente, é lixado. Confesso que no início tive receio por mim e pelos meus, mas tive também muita esperança que seria agora que algo começaria a mudar. Tem mesmo de mudar. Vai mesmo mudar. E quem não se adaptar... morre. Vivemos algo assustador sim, mas único, muito mais profundo do que inicialmente imaginei. Quis saber mais e quando comecei a compreender o que realmente se passava o medo desapareceu. Adaptei-me ao momento e novas oportunidades se abriram para mim. Talvez, e mais uma vez, o poder que a Dança Oriental tem em mim agiu e improvisei ao minuto tirando o melhor partido de cada etapa

Pergunta 14 - Nos dias de hoje, achas que é mais fácil ou mais difícil ser bailarino de D.O.?

É difícil ser bailarino. É muito difícil ser bailarino no nosso país. É muito, muito difícil ser bailarino de D. O. É muito, muito, muito difícil ser bailarino de Dança Oriental no nosso país... e no mundo. Antes, hoje e desconfio, no futuro. Porquê? Porque a nossa era (e eras passadas, se analisarmos a História da D.O.) não está preparada para o potencial da D.O. Porque o preconceito continua de era para era, de sociedade para sociedade, de geração para geração. E, atrevo-me a dizer, de bailarino para bailarino, de professor para aluno, de público para bailarino... Porque muitos (bastantes até) de nós - bailarinos, alunos, amadores, curiosos - trabalhamos com D.O. e não PARA a D.O. Servimo-nos, mas não dignificamos. Perpetuamos, talvez sem dar conta, comportamentos que deturparam completamente a verdade da D.O. Porque a D.O. mexe com o feminino. O mais íntimo do que é ser Mulher. Conceito que está, ainda, perdido. Fechado. Atrofiado. Deturpado. Porque um bailarino de D.O. tem um vocab

Pergunta 13 - Qual foi a maior lição de vida que a Dança Oriental te deu?

1ª - Apreciar e viver no momento; 2ª - Saber usar a intuição; 3ª - Comunicar. Na verdade não foi uma, nem duas mas muitas lições... mas estas três foram as mais marcantes. 1º - A Dança Oriental ensinou-me a perceber que há o momento presente. Não focar nem no passado, nem futuro. Saborear o presente. Percebi isso na própria dança em si, quando me exigia constantemente concentração no passo que estava a executar.  Percebi que a D.O. é um conjunto de movimentos e o que estamos a executar é o resultado do anterior e o preparativo do próximo. Isso fez-me entender que o  momento do agora é que é precioso. Transportei isso para a minha vida, pois a de uma bailarina acaba por ser uma dança. O passado deixou legado, e o futuro resulta de um presente bem vivido. 2º - Para improvisar - primeiro na dança e depois na vida - tive de desenvolver a intuição. Todos temos intuição, ou o sexto sentido como quisermos chamar, mas silenciamo-lo. A dança desperta esse sentido e, se assim nos permitirmos, de

Pergunta 12 - Como Preparas Aulas e Actuações?

Não tenho um guião específico. Tenho é uma bagagem de anos de experiência. E a intuição como matriz. Uso-os a meu favor. Simples. Parece, não é?! Mas na verdade não o é. Falhei muitas e muitas vezes. Perdi outras vezes. Desiludi tantas vezes mas, quase 20 anos de prática regular a dar aulas e a actuar dá "escola" e cada vez menos erras.  Tanto nas aulas, como nas actuações, percebo rápido quem tenho à minha frente e adapto-me à situação, ambiente e objectivo. Acaba sempre por ser um improviso com base na experiência que colecionei. E, tenho uma regra: ser eu. Desde sempre. Entrego-me 10000%. Aquele publico - sejam alunas ou espectadores - merecem que dê o meu melhor. Que mostre a minha melhor versão. Sempre. E é assim, também, uma das minhas maneiras de dignificar a Dança Oriental. Claro que sei sempre, previamente, o objectivo daquela aula. Ou o porquê daquela actuação e, também, com base nisso escolho estrategicamente, músicas, figurinos, estilos de dança, temas e o que vou

Pergunta 11 - #saranaadirahmethod, o que é?

Sara Naadirah Method, é o resultado de 18 anos dedicados à Dança Oriental. São 18 anos a dançar como profissional, são 18 anos a ensinar, são 18 anos a coreografar, a mentorear, a pesquizar, a falar sobre, a desenvolver um método com a minha visão da Dança Oriental. Com a minha assinatura. É o meu legado. Um método só meu onde público e alunos cofiam. Um método com verdade e eficácia onde espelha a minha maneira única de partilhar o meu amor e respeito por esta Arte. Nele, estão anos de trabalho técnico diário. Anos de experiência. Todo o meu percurso. Todas as dores e alegrias. Todas as descobertas e decepções. Todos os erros, quedas mas também vitórias e conquistas. Todos os meus sonhos. Todas as pessoas que conheci. Todas que me virão e aprenderam comigo. Todos os mestres com que me cruzei. Este método criado por mim, sou eu. Inteira. A dar tudo de mim para quem quiser conhecer o meu trabalho, a minha dança. Para quem quiser simplesmente me conhecer.

Pergunta 10 - Em todo o teu percurso, oque mais te incomoda?

 Que, vezes sem conta, tenham tentado "sabotar" a minha essência. Passo a explicar: eu desde muito, mesmo muito nova, sabia o que queria fazer. Queria ser bailarina. Sempre o soube. E, sempre o verbalizei. E sempre me tentaram dissuadir dessa ideia. Desde pequena. Ouvia: isso não é profissão; isso é só para alguns; não tens corpo para isso; tens é de estudar; isso não é nada; como assim bailarina?; isso depois passa-lhe; não tens talento; podes dançar desde que faças outra coisa... outra coisa séria; não consegues ir longe com a DO; não te metas no meu caminho que eu esmago-te; ensinar...?; talvez só nível iniciado, mais não consegues. E muito mais... teria aqui uma lista infinita. Sim. Durante toda a minha vida não acreditaram que tinha nascido artista, bailarina de essência. Podia aprender a dançar e actuar mas,... desde que... ouvi de tudo. O que mais me custa é ouvir da minha família. Sim, nunca gostaram. Acabaram por respeitar "esta minha estranha forma de vida"

Pergunta 9 - Depois de teres sido mãe, o que mudou como bailarina?

Tudo e Nada... O que mudou foi a minha mente. As minhas prioridades. O meu tempo. A minha disponibilidade. Física ou tecnicamente nada mudou. Não fui daquelas mulheres que adorou estar gravida, nem daquelas bailarinas que amou dançar com um barrigão. Pelo contrário... resguardei-me porque aquele estado, aquele bébé que se gerava era meu. Só meu. Não quis partilha-lo dançando. Dei aulas sim até ao 7 mês e posso dizer que havia movimentos que notava ou melhor, sentia, que ela não gostava. Ela não gostava que me mexesse muito... incomodava-a. Actuações fiz só uma, estava quase de quatro meses... foi bom... mas senti que não ousava, não estava completamente entregue aquela dança e aquela atuação. Foi aí que decidi que queria resguardar-me. Depois do parto, tive de me dar tempo. Ter um filho é duro. E para bailarinas ainda mais. Há uma cura física que demora e nessa altura, pensei mesmo que nunca mais conseguiria dançar... não sentia o meu ventre como antes... os movimentos não fluíam..

Pergunta 8 - O que mais te entusiasma no teu trabalho?

 A infinita possibilidade e a total liberdade para criar. Nasci artista. A criatividade é-me inata. Adoro o processo de criação. Seja no que for. Ideias surgem-me quando menos espero, resultado da observação atenta que faço de tudo que me rodeia. Depois vem o trabalho de estruturação para colocar essas mesmas ideias em projectos. E, depois, o trabalhão que dá concretizar esses projectos.  Independentemente do julgamento que sempre vou ter, nunca me rendi ao obvio, às modas ou ao que esperam de mim. Sinto-me EU, que me respeito e honro sempre que faço aquilo que me apetece. Tento sempre, isolar-me do ruído externo para conseguir ouvir-me e perceber o que quero ou como me sinto. E, nesta fase da minha vida, não luto contra, simplesmente aceito. Deixo fluir. A meu ver, esta liberdade que conquistei, esta consciência de mim (resultado do meu percurso e valores éticos que nunca subestimei) é o que me dão suporte para criar. E é a criar que me sinto verdadeiramente livre. E é esta liberd

Pergunta 7 - O que menos te entusiasma no teu trabalho?

 As infinitas horas que passo a promover e a arranjar trabalho. Só para deixar bem definido: Eu sou bailarina. Mas não uma bailarina incluída numa companhia de dança. Sou bailarina freelancer. Não tenho agente, empresa ou assistente, ou seja, sou eu que me represento, promovo, agencio, angario e gere. E é grande, ou melhor, a maior parte do meu tempo é a fazer isso mesmo: trabalhar 1000% para conseguir 10% de dança propriamente dita. As pessoas não sabem o trabalho que dá, nos dias de hoje, ser bailarina a freelancer. E digo nos dias de hoje porque há quase 20 anos atras, nos meus primeiros anos profissionais, não precisava de estar tanto tempo em frente a um pc ou agarrada às redes para conseguir onde dançar e para quem ensinar. Era mais simples. Talvez mais eficaz. Agora, trabalho muito mais na net que no palco. Ensino mais online que no estúdio. Tornou-se obrigatório estar na rede, coisa que há uns anos atrás era opcional. E isso consome horas do meu dia e muitas vezes partes da

Pergunta 6 - O que as alunas significam para ti?

Tudo. São elas o motor de todo o meu trabalho. Há 18 anos que ensino e posso dizer que já passaram por mim, centenas de alunas (houve uma altura que tinha, entre vários locais, mais de 100 alunas) e todas elas, de uma certa maneira, me ensinaram ou marcaram. Posso também dizer que "cresci" com elas. Motivam-me, desafiam-me, entregamo-nos, inspiramo-nos. Nas minhas aulas, apesar de estar eu a orientar, há uma troca de energias e uma partilha. Eu partilho a minha dança, experiências, momentos de vida e elas a sua vontade de aprender, as suas visões e a sua amizade. É um círculo de mulheres que se juntam em nome da Dança Oriental que engloba muito mais que técnica de dança. Algumas delas, tornaram-se amigas para a vida. Outras ainda hoje me enviam mensagens embora já não as veja há anos. Pequeninas bailarinas que ensinei anos atras não se esqueceram de mim e muitas, mesmo muitas, ainda se lembram de citações, observações que fazia (e faço) nas aulas que lhes serve para a vida. F

Pergunta 5 - Qual é a tua maior inspiração?

 A VIDA. As minhas vivencias. Experiências. Boas e Más.  Sei que esperavam que dissesse que seria uma bailarina, um mestre, um familiar, um amigo... mas não. São as experiências que tenho com todos eles. Porque a dança aprende-se no estúdio mas dançar aprende-se com a Vida.   São também os filmes que assisto, as pinturas que observo, os concertos que oiço, os espectáculos que me marcam. São as viagens que faço. São o contacto com outras culturas que adoro. É VIVER, é estar atenta, é ouvir, é observar, é pensar, é sentir. É explorar o meu Eu. É ser Eu própria. E acabo por ser a minha maior inspiração. Porque tudo depende de mim. Mas, posso dizer que quando vou dançar, seja em aula, seja no palco ou no meu recanto, a música acorda algo em mim. Esta suporta os meus movimentos e justifica a emoção que transparece neles. Não há dança sem música e toda a música é embelezada pela dança. É o meu estado de espírito - que vem dessas minhas vivencias - que faz escolher uma determinada musica mas

Pergunta 4 - Porquê a Paragem?

Esta questão, mais que uma pergunta, suscitou e suscita muita curiosidade. É verdade que, durante um período, parei. De ensinar, de dançar, de aparecer. Porque assim teve de ser. Eu não queria, mas a Vida impôs-me. Tive actividade intensa durante 14 anos seguidos. E quando digo intensa quero dizer várias horas por dia a dar aulas, quase todos os fins de semana a dançar em eventos, mentoria de workshops e cursos pelo país. Foi mesmo muito trabalho a abrir caminhos e a dar a conhecer a Dança Oriental, numa época onde as redes sociais e o "online" ainda não eram uma moda. Chegou a um momento, que sinceramente... estava exausta. Física e psicologicamente. Nós bailarinas, para além do trabalho físico que todos "aparentemente" entendem, temos uma pressão enorme em arranjar trabalho, alunos, eventos, etc... nada, mas mesmo nada nos cai do céu e nós acabamos por ser as nossas próprias empresárias e promotoras. Este trabalho de bastidores é... exaustivo e muitas vezes frustr

Pergunta 3 - Para Quando Um Novo Espectáculo?

Uma das minhas missões de vida é o ensino. Amo ensinar. A felicidade que é ajudar a potenciar mulheres através da Dança Oriental, mas, se o estúdio de dança é o meu amor, o palco é a minha paixão. No estúdio de dança cumpro. No palco realizo. É lá que me sinto plena. Que me conecto com o meu EU. Que me desconecto com este mundo e entro no meu universo. Adoro o mundo do espetáculo. Os bastidores, os cheiros das maquilhagens, o barulho nos camarins, a correria dos técnicos, os risos nervosos dos artistas… Adoro tudo. Desde a sua idealização à concretização. Nunca compreendi de onde vem esta paixão. Simplesmente tenho-a. Acho que nasceu comigo e despertou quando pisei o palco a primeira vez... tinha 4 anos. E desde aí nunca mais parei. Com muito trabalho, teimosia e resiliência consegui, ao longo de quase 20 anos de profissão, realizar os espetáculos que idealizo. Sem favores, amigos no show bizz ou promotores. Só com a minha visão, talento e contando com colegas e alunas maravilhosas q

Pergunta 2 - Ainda Tens Sonhos Por Realizar?

Claro que tenho!!!! Quem não tem?... Todos temos sonhos, ambições, objetivos...  Esta é daquelas perguntas que, geralmente me fazem, talvez por acharem que já realizei muitos sonhos... sim, é verdade. Mas ainda tenho tantos por concretizar. Eles, aparecem, mudam, transformam-se à medida que vou avançando na vida. Confesso que sempre fui muito sonhadora. Mas muito focada. E, acho que é esse o segredo: focagem. Sou teimosa, e tenho um mantra que desde cedo me acompanha: não desperdiçar o meu tempo de vida. Porque ela passa. E rápido. Quero realizar os meus sonhos por mim e para me provar que sou capaz. Todos somos. Mas claro, é preciso uma boa dose de loucura (porque fazermos o que queremos é considerado maluquice?!!), muita coragem, trabalho (nada cai do céu...), dedicação a 1000000% e perseverança. Cair e levantar centenas de vezes, mas a acreditar que é possível. Porque é mesmo possível. Pode é não ser na altura que queremos. É quando tem de ser. Eu divido os meus sonhos em duas categ

Pergunta 1 - Porquê um Blog?

Como prometido, com este post, marco o início da série PERGUNTAS?... EU RESPONDO.  E aqui vai a primeira pergunta, das que mais me fazem: PORQUÊ UM BLOG? Porque sempre, SEMPRE gostei de escrever. Sempre tive um diário onde deixava, reflexões que fazia regularmente e depois, na faculdade - tirei o curso de Arquitectura - um diário gráfico onde desenhava o que via e apetecia. Por isso, desde que me lembro, deixei registado as minhas meditações, desenhos, notas para mais tarde recordar e, principalmente, organizar ideias. Estas, que surgem constantemente na minha mente como criadora compulsiva que sou. Colocar em escrita os meus pensamentos ajuda-me a clarificar e a simplificar o caos que muitas vezes se instala na minha cabeça e assim conseguir, de uma melhor maneira, "organizar-me". Não sou escritora, nem pretendo ser uma "expert" em blogues. A ideia deste, surgiu anos atrás quando senti a necessidade de partilhar mais sobre a Dança Oriental e em particular, sobre as

Perguntas?... Eu Respondo!

Eu tenho plena convicção que conhecer, aprender e evoluir em qualquer dança não passa, só, por estar num estúdio a decorar coreografias ou a malhar feita maluca. Danço há 37 anos e já posso dizer que, a técnica é sim importantíssima, mas não é tudo. Os 20 anos que tenho de Dança Oriental ensinou-me que tudo que existe nos bastidores é igualmente importante se queremos pensar, agir e, principalmente, dançar por nós próprios. Sempre tive curiosidade de perguntar aos meus mestres, professores, bailarinos de referência, e até mesmo a alunas, o porquê de tantas coisas, mas, a falta de oportunidade, contexto ou até mesmo vergonha me impediram de fazer a maior parte delas. Arrependo-me. Talvez as respostas me tivessem poupado tempo, desilusões ou até mesmo ilusões. Mesmo assim, sempre tentei saber mais um pouco... não por cusquice, mas porque acho interessante saber os porquês e posso dizer, que houve respostas tão impactantes em mim que direcionaram caminhos. Muito grata, sempre fiquei pela

Caiu?... Levanta-se.

Há uma expressão que uso com a minha filha desde que ela começou a gatinhar. Sempre que cai, digo-lhe logo de seguida: "Caíste?... Levanta-te". E agora, com quase quatro anos é ela própria que se habituou a não dramatizar as quedas que dá e levanta-se (quase sempre)... sozinha. Por enquanto são só quedas físicas mas acho que esta expressão serve para todas as "quedas" que damos ao longo da vida... e quero que ela (a minha filha), por ela e para ela, se levante em cada uma delas. Cair é muito fácil, dramatizar mais ainda, vitimizar então...ui! O desafio está no levantar. Como, quando e porquê. E, vida de bailarina é mesmo assim... caimos e levantamo-nos... vezes sem conta. Há muito que aprendi a chorar as minhas quedas, ter o tempo de dramatização, usar a vitimização mas sempre me levantei. E (quase) sempre sozinha. Porque tem de ser. Porque ninguem quer saber que caíste. Porque só aprendemos caíndo. Muitas vezes.  Às vezes, confesso, não me apetece levantar. Demoro

Sou Leão, com muito orgulho

Sou Leão, com muito orgulho e hoje faço 41 anos. Sim, aceito a idade que tenho sem complexos. Não, já não acho tanta piada fazer anos. O tempo não está a passar... está a voar. Ainda ontem adormeci com 20 anos e hoje acordo com 41. E tanta coisa já passou... e posso dizer que vivi, nesta minha segunda fase de vida, alguns dos meus melhores anos. A meu ver, entrei numa terceira fase.  Mais calma, muito mais calma. Mais madura, bem mais madura. Talvez mais confiante, mais interessante. Mas sinto o corpo a reagir à idade. Estou agora a começar a pagar as facturas das inconsciências dos anos anteriores. Sabia que vinham, mas não pensava que eram já... e não gosto. Todos os anos, na véspera do meu aniversário, gosto de fazer um reflexão do que foi. E este ano foi de acção, mudança, renascimento e cura. Todo panorama que vivemos actualmente contribuiu, como escrevi no post anterior "Acredito"... mas no meu caso acho que tinha mesmo de ser. Tudo tem o seu momento certo. E este era o

ACREDITO!

Não quis escrever este texto antes porque quis dar espaço para refletir e amadurecer pensamentos. Mas de uma coisa é certa: os tempos que vivemos não são indiferentes a ninguém.  Nunca, nem nos meus sonhos (ou pesadelos) mais loucos, pensei em viver uma Pandemia. Vi filmes, li artigos, assisti a documentários mas nunca imaginei que pudesse acontecer no meu tempo de vida. Aconteceu. E agora, em retrospectiva, não sei como não aconteceu antes, mais vezes e ainda mais letal. Confesso que no início desvalorizei... não podia ser assim tão mau... estava longe mas, quase do dia para a noite, aqui chegou ao nosso cantinho e de repente tudo muda.  Claro que fiquei com assustada... por mim, pelos meus e por tudo que teríamos de passar. E também, do dia para a noite, caiu-me a ficha: novos tempos aí vinham. Como sempre, rápido me adaptei e aceitei as directrizes, regras, condições e o medo foi substituído por oportunidade e... fé. Sim, acreditei (e ainda acredito) que esta pandemia trouxe oportun

Conversas & Danças no Feminino II Edição Especial

CONVERSAS & DANÇAS NO FEMININO  II Edição Especial  DESCONFINAR com DANÇA ORIENTAL by  Sara Naadirah Method   * 25 Julho 2020 * 16h30  *  Parque dos Poetas . Oeiras   * Da carência de mais do que só a partilha de técnica coreográfica, nasce CONVERSAS & DANÇAS NO FEMININO .  Esta é uma formação teórica e prática de Dança Oriental , indicado para todos os níveis de aprendizagem, aspirantes a profissionais e a bailarinas que estejam no activo.  Nesta II   EDIÇÃO ESPECIAL,   e depois de um período de introspecção e mais isolamento, vamos agora voltar a despertar e a sentirmo-nos livres.  Com o cenário lindo do Parque dos Poetas em Oeiras ,  DESCONFINAR COM DANÇA ORIENTAL será isso mesmo: aproveitar esta arte milenar para voltar a conviver sem receios (mas com todos os cuidados e devidas distâncias) e receber o sol, brisa e sons da natureza.   Programa: * INTRODUÇÃO  -  Vou receber uma a uma e dar as  boas-vindas encaminhando para o círculo de mulheres

Conversa Com...

É de noite que as minhas melhores ideias surgem. E foi numa noite de insonia que me surgiu a ideia de partilhar conversas que gostaria de ter com colegas, amigos e até mesmo familiares sobre a Dança e a Vida. Assim está, desde o dia 1 Maio, a decorrer a 1ª Temporada de: Sara Naadirah conversa com.. . na, claro está, plataforma da moda dos Lives - o Instagram. Confesso que é um desafio que me sujeitei. Eu gosto de me desafiar.  Apercebi-me que este é um novo palco onde a Dança Oriental se pode fazer de uma outra maneira: através, não do movimento, mas do diálogo.  Percebi também e, por causa dos tempos atípicos em que vivemos, que o pessoal estaria mais confinado, todos mais online e com algum tempo disponível para assistir. Encontrei também, nestas circunstancias peculiares, a oportunidade - que antes seria quase impossivel por causa da correria doida diária que nos encontravamos - de simplesmente conversar com pessoas que de alguma forma têm directa ou indirectamente a haver com o un

OnLine, O "Novo" Palco

Pois é... Resisti bastante. Adiei muito. Desisti algumas vezes. Até que a vida nos atropela - com uma pandemia (quem diria?!...) - e, foi neste atípico momento que percebi: ou é agora ou não é mais. Não há dúvidas, tudo OnLine ganhou uma vida própria e veio para ficar e há quem diga que entramos numa nova Era... Falo, claro, da minha lendária resistência às novas tecnologias e plataformas digitais.  Resisto porque na verdade não controlo e isso chateia-me... muito. Gosto de dominar e entender o que faço. Mas, de uma vez por todas, mergulhei no fascinante mas manhoso mundo da internet. Afinal o OnLine, já faz parte da nossa vida há algum tempo mas, atrevo-me a dizer, não com a força que tem hoje. E, ou tu te adapatas, ou "desapareces". E eu tive de me adaptar e depressa. Mas esta rapidez, sinceramente, assusta-me... toda a conjuntura que vivemos potenciou uma dependência no virtual como se de um bem essêncial se tratasse.  O virtual tornou-se uma realidade paralela que ganhou