Sempre me imaginei dançar em palcos grandes, dignos, com condições e com um público interessado. Para mim, esse é o lugar dos bailarinos. De todos os bailarinos. E de todas as danças. Rapidamente, assim que enveredei pela Dança Oriental, dei-me conta que, infelizmente, esse privilégio não era para todos, muito menos para todas as danças. Logo, nos primeiros tempos como profissional, senti desmérito até, algum desrespeito e muito preconceito pela Dança Oriental e por ser bailarina de D.O. Começando (e acabando) pela minha própria família, passando por muitos promotores de espectáculos e de eventos. Claro, ir para palcos "dignos" tornou-se tarefa: Missão Impossível. Obstinada como sou, sonhei levar a Dança Oriental para esses palcos. E, dando "o corpo às balas" e por minha conta e risco, consegui alguns. Hoje em dia, depois de muito trabalho trilhado, está mais acessível e há menos impedimentos onde as portas de boas salas de espectáculo estão mais recetivas, mas, ain
Digo, desde sempre: A D. Oriental é para Todos mas, nem Todos são para a D. Oriental. O que achas?... Faz-te sentido? Aos longo dos anos, milhares de alunas já passaram pelas minhas aulas e pude perceber que todas, por uma razão ou outra, quiseram experimentar a magia da D.Oriental mas, poucas se mantinham. Percebia que havia uma motivação inicial que depois dessa "excitação" desaparecer, acabavam por ir embora. Faziam durante algum tempo, mas, mil e uma desculpas depois, desistiam... Honestamente, no início da minha carreira, achava que a culpa era minha. Que era eu que não conseguia ensinar ou motivar decentemente porque, na minha cabeça pensava: "como queres desistir de fazer esta dança? Como?!!" e culpava-me. No meu entender, esta dança era/é tão maravilhosa que, se desistiam, é porque não estava a fazer um bom trabalho como professora. Hoje em dia, penso de maneira diferente. Percebi que, primeiro: o meu trabalho como professora de dança sempre foi - desde o p