Avançar para o conteúdo principal

Regresso...


No outro dia, revi o filme "AVATAR". Que película genial! Sinceramente não me importava nada de ir viver para o mundo "Pandora".
Para mim, fazer campismo é um pouco uma busca pessoal incessante de reatar a ligação com a nossa Terra, tal e qual aqueles nativos do filme, têm com o planeta deles. Já fomos assim, e isso está gravado nas nossas células, quer queiramos ou não. Uns sentem essa falta, outros (a maior parte) infelizmente ignoram, mas pior, é que atrapalham os primeiros, com o seu egoísmo, egocentrismo, falta de civismo e de educação.
Por essa razão, o meu regresso a casa acabou por ser antecipado.
Apercebi-me nesta minha última estadia, que muito, muito poucos procuram o campismo como opcção. Maior parte, opta acampar pois é a solução mais barata, não tendo a miníma consciência do poder revitalizante que é estar em contacto directo com o meio ambiente, tal como faziam os nossos antepassados. Ignorando esse poder, parece que fazem questão de mostrar a falta de respeito primeiro com o meio onde estão inseridos e segundo pelos outros.
Mas, apesar de saber que ia ter de lidar com isso (todos as épocas é a mesma coisa, embora note que de ano para ano está piorar) tive uma grande desilusão: apercebi-me pela primeira vez que, os que exploram comercialmente o espaço, interessam-se mais em alimentar essas faltas de valores afim de fazerem elevadas facturações. Garantir princípios e qualidade, infelizmente parece que ainda não faz dinheiro.
Revoltando-me e não aguentando mais (agora eram todas as noites "raves" na praia até quase de manhã, lá se ía o adormecer com o som das ondas e pior, fazer as minhas caminhadas na praia vendo tudo sujo como consequência dessas mesmas festas), acabei por antecipar o meu regresso, mas claro, sem antes fazer ver o meu ponto de vista junto da gerência do parque. Ah sim... tiveram de me ouvir!!!

De todas as experiência por que passo, tento retirar lições, e desta vez retiro essencialmente três:

1º A maior parte das pessoas não opta acampar com o mesmo objectivo que eu;

2º As pessoas (infelizmente e principalmente jovens) estão cada vez mais "desligados", optando ignorar o meio ambiente, os outros e até eles próprios, parece que a palavra Valores nada já diz;

3º Tentar não voltar a acampar no mês de Agosto... quando há menos pessoas de certeza que há mais a Paz que procuro.

Se fosse eu que gerisse o parque, impunha e fazia cumprir regras que garantissem, sobretudo o respeito pela Natureza que estava a explorar e o respeito pelo próximo. Façam a vida que quiserem mas não atrapalhem os outros.
Quem não cumprisse, era posto à porta do parque. Mas claro... isso não fabrica dinheiro e não faz lucro, só resultaria mesmo no mundo "Pandora"...

Comentários

  1. Querida Sara, como deves calcular e do que conheces de mim, concordo absolutamente contigo.
    Felizmente, os meus pais deram-me a melhor herança que podia ter: Valores. Recebi-os e, para mim, isso vale tanto.
    É triste essas pessoas não verem para além do próprio umbigo, são egoístas, as que fazem disso um negócio e só pensam em dinheiro.
    Estão desconectadas e não Vivem, Sobrevivem à volta do seu próprio umbigo, por isso é que o Planeta tem tantas feridas abertas.
    Tenta aproveitar o resto das tuas férias noutro recanto mais sereno, pessoalmente não tiro férias em Agosto, mas sei que tu não tens propriamente opção.
    Tudo acontece por uma razão.
    Beijinhos e tenta aproveitar o que resta das férias.

    ResponderEliminar

Enviar um comentário

Mensagens populares deste blogue

Diário de Uma Professora de Dança Oriental - #aula34

 Querido Diário, Foi no passado sábado que aconteceu a terceira aula presencial (e última) desta época lectiva. Estas aulas extraordinárias são importantes. Essenciais para podermo-nos conectar sem o filtro do OnLine. Como já tinha dito anteriormente, por uma questão prática - e não só - as aulas online são eficazes e resultam mas, nada substitui o estar, o “olho no olho”, o toque, o sentir no presencial. O ser humano é um bicho social que precisa desta troca energética e, na dança é fundamental. Por isso, estas aulas esporádicas tornaram-se um encontro ainda mais especial. Porque ali, naquele espaço seguro, aproveitamos ao máximo cada momento. Cada riso. Cada movimento. Cada silêncio reflectido num olhar. Cada palavra traduzida numa dança. Saímos com a alma leve. Com a sensação que valeu cada minuto. Nestas aulas, faço questão de levar a minha filha, que vê e aprende, sem pressões ou espectativas, a minha arte. Assiste ao respeito que nutro pelas alunas neste ...

Diário de Uma Professora de Dança Oriental - #aula33

 Querido Diário, O nosso estado de espírito influencia a qualidade da nossa dança. Sempre senti isso. Junho, sol, feiras populares é sinónimo de boa disposição que se reflecte logo na dança. Foi nesse espírito que aconteceu a #aula33 e foi uma aula 5 estrelas. Houve disponibilidade para a criatividade onde a Improvisação - com método - foi rainha. É impressionante como é na prática que se consegue (também) os resultados. Com regularidade nas aulas, as alunas estão cada vez mais, à vontade para Improvisar e, a fazê-lo bem. Como já disse várias vezes, Improvisar custa. Não é algo óbvio ou intuitivo. Não basta ter talento. Tem de haver investimento de tempo a ir às aulas. Disciplina para cumprir um método de trabalho técnico e, muita vontade. De superar desafios, metas e até, crenças.   Segue-se, uma aula presencial... estou ansiosa para estar com as alunas e partilhar energias e claro, dança... muita dança. Depois conto-vos tudo!

Diário de Uma Professora de Dança Oriental - #aula32

 Querido Diário, E chegámos ao final do mês de Maio e a #aula32 acontece numa data muito particular para mim... Foi o dia que comemorei 18 anos de casamento. Sim. 18 anos. Enquanto dava a aula - online, no meu estúdio em casa - o meu marido cuidava e, preparava algo especial e diferente para nós usufruirmos depois da aula terminar e a filhota dormir. A presença e o incentivo por quem nos conhece e acompanha é fundamental no sucesso de quem escolhe uma vida artística. De uma maneira diferente de há mais de 20 anos atrás, hoje, o meu também marido, continua a respeitar e a apoiar o meu percurso que é muito mais do que se vê nos “palcos”. Os bastidores deles são de uma brutalidade inexplicável que só quem os vive sabe. E o meu companheiro de há 25 anos, sabe. Ele vive, e viveu, todos estes espaços e momentos comigo. Todos os altos e baixos. Para bem e para o mal. Talvez seja isso que é verdadeiramente um casamento. Na festa, precisamente há 18 anos atrás, dancei... e o...