Avançar para o conteúdo principal

Sã Loucura!

Hoje comemora-se o Dia Mundial da Dança. E como todos os anos, centenas de escolas de dança e bailarinos celebram o dia com... (muita) dança. Já eu... reflicto.
Relembro os últimos anos, tudo o que já passei para poder simplesmente dançar e, dignificar esta dança que me escolheu. E, como em todos os anos, chego à mesma conclusão: escolhi a profissão mais difícil que existe: seguir a minha paixão/intuição/amor/coração. 
O meu trabalho intitula-se SER LIVRE, que no meu caso e por acaso (se é que existem) traduz-se na forma de ARTE/EXPRESSÃO - DANÇA, mais especificamente Dança Oriental.
Sou Bailarina. 
Não dr., arq., eng.,  meritíssima Sara. Não tenho diminutivos pomposos e bem vistos socialmente antes do nome. Sou simplesmente Bailarina... e a meu ver, este dia também homenageia todos os que escolheram a via da liberdade, pois é isso que um verdadeiro bailarino é: UM SER LIVRE.

É do domínio comum que não é fácil ser bailarino. Aliás, quando digo a alguém que vivo da dança (além de acharem que estou a gozar), ainda fazem uma cara de "deves ser maluquinha". É assim que as pessoas "normais" associam a Liberdade, à Loucura. 
E acho que têm razão! 
Pois só uma pessoa louca:
. faz aquilo quer e quando quer;
. expõe os seus sentimentos mais profundos;
. não tem medo de arriscar;
. ri-se dele próprio;
. ama; perdoa; chora; 
. VÊ; OUVE; SABOREIA; CHEIRA;
. SENTE;
. diz que é feliz com um sorriso; 
. não anseia fortunas; títulos; fama;
. não consegue reprimir o seu talento, custe o que custar;
. SONHA e persegue o seu sonho... etc... etc...

Sim... acho que os bailarinos são loucos... mas se calhar, são dos que fazem parte da minoria realmente Sã deste mundo.

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Então, o que basta?

Desde que me lembro, oiço dizer que, para dançar é preciso gostar mesmo. Ter Amor, Paixão pela Arte da Dança. Concordo. Cresci a ouvir isto. Mas, basta?...  Hoje, depois de tantos anos dedicados à Dança, eu acho - melhor, tenho a certeza - que não.  Então, o que basta?... Sinceramente?!... Tudo. Danço desde sempre. E desde sempre, o meu Amor pela Dança impulsionou-me a continuar. Foi assim com a minha primeira paixão: o ballet e que continuou para a Dança Oriental onde foi "Amor à primeira vista." Tal como num casamento, a paixão inicial transforma-se num Amor. Amor este que se tornou profundo, amadurecido e, também calejado.  Manter uma relação, não é fácil nem romântica como se idealiza, muito menos incondicional. É necessário esforço, dedicação, responsabilidade, sentido e condições. Definitivamente, só o Amor não basta. Na Dança, sinto que é igual. É uma relação entre a bailarina e a sua arte. Há que investir nesta relação para que o Amor - base fundamental SIM - não fiqu

Afinal o que é ser humilde...

As bailarinas ouvem muitas vezes a palavra humildade, que temos de ser, viver e actuar com humildade. Concordo plenamente... Mas o que é humildade? E quem é que pode dizer a outro tu és e tu não és humilde? Socialmente uma pessoa humilde não ostenta riqueza nem vaidade, procura ser útil mas discreto e pede ajuda fazendo questão de dizer que não sabe tudo. Que pessoa humilde seria esta! E quase perfeita... Lamento desiludir, mas não tenho todas essas características! Sou humana, tenho defeitos e muitos... como todos vocês! Para mim, humildade é um valor que se adquire logo na infância e se desenvolve ao longo da vida. Mas acho que há vários graus e muitíssimas definições de humildade. O que pode ser para mim uma acção humilde para outro é algo bem diferente. Quantas vezes agimos ou dizemos algo que pensamos, que é natural aos nossos olhos, mas somos logo julgados: "Não és nada, humilde!" Penso: como bailarina, posso ser humilde? Vocês dir-me-ão: Claro! Tens mais é que ser h

Outro pecado, defeito ou talvez virtude

Não consigo ser hipócrita e cínica. Danço aquilo que sinto... e não há volta a dar. Por mais que tente, não consigo, fingir que estou alegre quando estou triste, gostar quando não gosto, rir quando me apetece chorar, mentir quando me quero dizer umas verdades. Sinceramente até hoje não sei se isto é uma virtude ou defeito. Ao longo da minha vida poucas não foram as situações em que se tivesse sido hipócrita tinha ganho mais, em que se o cinismo falasse mais alto tinha evitado inúmeras "saias justas". Muitas vezes a minha mãe e até marido dizem-me que não posso ser tão directa em certas situações, que às vezes a minha antipatia com quem não gosto é-me prejudicial. Dizem-me "finge" e eu respondo "é pá, não consigo" e não dá mesmo! Confesso que alguns comentários que dou, resposta impulsivas, atitudes de mau humor caem-me mal e transpareço uma brutalidade que não é totalmente verdadeira. Quem não me conhece fica a pensar que sou arrogante, antipática, conven